Campeonato Cearense de 2025: veja as folhas salariais de Ceará, Fortaleza, Ferroviário e mais

A competição tem início neste sábado (18) em nova edição histórica

Escrito por
Alexandre Mota alexandre.mota@svm.com.br
(Atualizado às 11:49)
Legenda: O Clássico-Rei é o principal produto esportivo e financeiro do futebol cearense
Foto: Ismael Soares / SVM

O Campeonato Cearense de 2025 começa neste sábado (18) em uma edição histórica. Com Ceará e Fortaleza empatados como maiores campeões com 46 títulos para cada, o torneio pode definir uma nova hegemonia no futebol cearense. Os arquirrivais partem como favoritos, em uma competição que possui muitas disputas internas para diferentes objetivos e uma grande disparidade econômica.

O Diário do Nordeste lista a folha salarial de todos os 10 representantes da 1ª divisão do Estadual. A equipe de reportagem apurou valores aproximados, que externam o desafio de cada um dos times.

Folhas salariais do Campeonato Cearense de 2025 (valor aproximado)

  • Fortaleza: R$ 8 milhões
  • Ceará: R$ 6 milhões
  • Ferroviário: R$ 350 mil
  • Maracanã: R$ 250 mil
  • Floresta:  R$ 250 mil
  • Iguatu: R$ 210 mil
  • Tirol: R$ 200 mil
  • Horizonte: R$ 180 mil
  • Cariri: R$ 180 mil
  • Barbalha: R$ 60 mil

Atletas do Ferroviário em ação
Legenda: Na Série D e em processo de reformulação, o Ferroviário tem a 3ª maior folha salarial do Estadual
Foto: Lenilson Santos / Ferroviário

Clássico-Rei milionário

Donos de uma sequência ininterrupta de títulos que começou há 30 anos, Ceará e Fortaleza iniciaram uma dinastia no Campeonato Cearense. Principais expoentes locais e também vivenciando uma ascensão nacional, a dupla se estabeleceu na Série A do Brasileiro e, com crescimento de investimento e estrutura, tratou de ampliar um abismo econômico frente aos demais do Estadual.

Para 2025, por exemplo, o Leão projeta uma folha salarial próxima de R$ 8 milhões, com lastro de aumento a partir das chegadas dos novos reforços, como os zagueiros David Luiz e Gastón Ávila. Já o Ceará alcançou a marca de R$ 6 milhões mensais no plantel, que é a maior da história do clube.

Os valores proporcionam uma prateleira diferente de reforços no mercado, o que indica, de fato, um nível técnico maior no Clássico-Rei. Pelo retrospecto e esse perfil de atleta, são os amplos favoritos.

Equilíbrio e disputa acirrada

O deslocamento financeiro implica em uma hierarquia que é exclusiva de Ceará e Fortaleza, não chegando na maioria dos participantes do Estadual, que são parte de uma grande faixa de competitividade e equilíbrio. Logo, esses times correspondem ao “coração” do torneio com as brigas por novos objetivos, como vagas na Copa do Brasil, na Copa do Nordeste e Série D do Brasileiro.

Marcelo Chamusca em ação pelo Floresta
Legenda: Marcelo Chamusca deixou o comando do Floresta nesta quarta-feira (5)
Foto: Kely Pereira / Floresta

Desse bloco, o Ferroviário tem o plantel de maior investimento, com valor próximo de R$ 350 mil. Apesar do rebaixamento à 4ª divisão nacional, o clube vive um processo de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e tenta ampliar esses recursos para a temporada. Logo abaixo estão o Maracanã, também na Série D, e o Floresta, hoje na Série C, com folhas de R$ 250 mil.

O Lobo da Vila Manoel Sátiro, inclusive, tende a injetar mais receita no elenco a partir do início das competições nacionais. Principal força do interior cearense no momento, o Iguatu também fica nesse patamar, com R$ 210 mil, enquanto o Tirol, debutante na elite, tem custo mensal de R$ 200 mil.

Menos receita, mais desafios

Com diferença maior nas folhas, Horizonte e Cariri se apresentam com objetivos iniciais de permanência e manutenção na elite cearense. O primeiro evitou o rebaixamento em 2024 no quadrangular final, enquanto o outro foi vice da 2ª divisão e chega como mais um novato. Ambos possuem uma folha salarial mensal de aproximadamente R$ 180 mil.

Atletas do Horizonte em ação
Legenda: O Horizonte luta pela permanência na 1ª divisão do Campeonato Cearense
Foto: divulgação / Horizonte

Apesar de menores, ainda evidenciam a disparidade com outro representante: o Barbalha. O clube larga na competição com o custo do plantel de R$ 60 mil, número 100 vezes inferior ao do Ceará, por exemplo. No fim, tudo é sobre perspectiva, mas também resistência. A valorização da competição é essencial para a evolução de outras camadas do nosso futebol, com reflexos que transcendem o Estado e se perpetuam na paixão do torcedor, na economia das cidades e em um calendário mais preenchido. Assim, que o futuro nos reserve mais equidade, com novos projetos consolidados e um futebol cearense mais forte, de representatividade nacional e, tal qual nossa cultura, mais vistoso.

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