É difícil tirar atleta do Ceará Sporting Club. A frase é simples, mas externa toda uma estrutura criada pela diretoria alvinegra para valorizar o plantel, segurar destaques e conseguir dinheiro em caso de negociação.
Os recentes episódios envolvendo o atacante Mateus Gonçalves e o zagueiro Tiago Pagnussat são exemplos desse cuidado. O primeiro é alvo do Cerro, do Paraguai, enquanto o segundo está na mira do Cerezo Osaka, do Japão. Nas duas situações, muita cautela ao sinalizar o aceite.
Isso porque o Vovô, ao longo das últimas temporadas, se consolidou no mercado. Se tornou um clube que vende bem os jogadores e lucra alto. Tudo porque tem ativos, ou seja, firma contratos com participação no percentual dos direitos econômicos, multa rescisória e não tem pressa já que possui equilíbrio financeiro.
Assim, o Ceará cresce. Oferecendo salário em dia e condição de trabalho ao profissional, consegue resistir ao assédio de frentes até internacionais para obter um acordo ideal.
E através da Cidade Vozão, em Itaitinga, ainda repõe o elenco com nomes formados no DNA da instituição, como o atacante Arthur Cabral e o lateral Felipe Jonatan. Os jogadores construíram relação com a equipe desde o início, se tornaram torcedores, tiveram rendimento e, no fim, deixaram Porangabuçu com receita nas respectivas negociações para Santos e Palmeiras.
O cenário se repete no caso de Cléber. O centroavante recebeu oferta do Grêmio e, quando muitos gaúchos davam certo a compra do atacante, a diretoria do Ceará, libedada pelo presidente Robinson de Castro, fez 'jogo duro' e não encaminhou nenhum acordo apostando em ofertas maiores ao término do Brasileirão.
O time cearense tem estrutura hoje para esperar. E o ganho é coletivo no processo. O técnico Guto Ferreira mantém o elenco, o clube lucra e o torcedor tem a certeza de que, com dinheiro, o Vovô vai investir em novo ativo no mercado. No Ceará, a venda só termina mesmo quando a transferência de valor é concluída.