Análise: Ceará domina Santos, cria muito, mas precisa evoluir contra adversários reativos

Vovô controlou as ações da partida neste sábado (5), na Arena Castelão, mas não conseguiu recuperar o placar após sofrer 1 a 0

Legenda: Ceará atacou muito, mas não converteu isso em gols para a equipe
Foto: Kid Júnior / SVM

Uma derrota por 1 a 0, quatro expulsos (Bruno Pacheco, Samuel Xavier, Leandro Carvalho, além do técnico Guto Ferreira) e muita tensão no Castelão. O saldo do Ceará contra o Santos, neste sábado (5), é de um confronto mal conduzido pelo árbitro Wagner Reway que se transformou em guerra e não foi vencido pelo que melhor dominou as ações em campo.

Das estratégias, o time cearense parou nas limitações do próprio elenco. Com vigor físico, organização e aposta na transição ofensiva do esquema 4-2-3-1, o time foi obrigado a ser proativo. E isso ainda parece ser uma dificuldade para o atual elenco.

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Desde a chegada da nova comissão técnica, o 'DNA' imposto é de um time que se defendia para agredir. Cedia espaço, atraia o adversário e, com pressão pelo meio-campo, roubava a bola para atacar. Contra Bahia, Vitória/BA, Atlético/GO e Fortaleza foi assim: em todas, venceu.

O Santos impediu isso, ficou atrás e forçou o Ceará a atacar contras linhas bem definidas da marcação. Os números, neste caso, explicam muito: posse (63% x 37%), finalizações (13 x 9), escanteios (7 x 5), passes (412 x 236), duelos ganhos (48 x 42). O Ceará teve vantagem na maioria dos fundamentos e uma bola na trave.

Transpiração não faltou. Na marcação, o time seguiu ativo, com Charles e Fabinho consistentes. Vina e Cléber fizeram a pressão desde a saída de bola paulista.

O aspecto a ser trabalhado então é o domínio da posse, ou, a etapa de organização ofensiva dentro do contexto do jogo. O processo é uma crescente, mas requer movimentos mais orquestrados e estruturas coletivas distintas das atuais características do plantel: menos condução, mais movimentação para gerar espaços e profundidade.

Pelo exposto, o Vovô tem potencial para ser ativo em cenários futuros, mas o caminho foi o mesmo dos últimos anos, quando criou muito sem resultado. O Ceará de 2020 é mais efetivo e, se tivesse tido maior qualidade no arremate final, deixaria o campo com placar melhor. Por fim, três pontos:

  • Cléber: participou pouco do jogo. Sem necessidade de contribuir no contra-ataque como referência, foi anulado pela defesa do Santos.
  • Fernando Prass: cresceu de rendimento desde a chegada e fez nova atuação segura. Quando o Santos explorou as costas dos laterais, parou no goleiro.
  • Vina: é o atleta mais perigoso. Centralizado na armação, tem papel decisivo. Quando é acionado, faz o coletivo do Vovô funcionar, seja na bola parada ou finalização.

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