Crédito caro: os 5 erros mais comuns de quem busca financiamento com a Selic a 15%
Entenda como se precaver de investimentos ruins com taxa de juros a 15%
Com a taxa Selic a 15% ao ano, o crédito no Brasil voltou a ser um terreno minado para quem não sabe onde pisa. Cartões com juros acima de 400% ao ano, cheque especial impagável, financiamentos longos com parcelas que dobram no final — o cenário assusta.
Mas o maior problema nem sempre está na taxa. Está nas decisões erradas que as pessoas tomam antes mesmo de assinar o contrato.
Abaixo, compartilho os 5 erros mais comuns que vejo diariamente — e o que você pode fazer para não cair neles.
1. Assinar sem simular o custo total
Muita gente olha apenas o valor da parcela e esquece de olhar o prazo e o custo efetivo total (CET). Uma prestação de R$ 600 pode parecer acessível, mas se for em 84 vezes, você pode estar pagando o dobro ou até o triplo do valor financiado.
O que fazer: sempre simule o valor total ao final do contrato. Pergunte: “Quanto isso vai me custar no fim das contas?”
2. Pegar crédito sem ter reserva de emergência
Contrair dívida sem ter um fundo de emergência é como construir casa sem fundação. Se acontecer um imprevisto — desemprego, doença, queda de renda — a dívida vira bola de neve em questão de meses.
O que fazer: construa pelo menos 3 a 6 meses de despesas básicas antes de se comprometer com parcelas longas.
3. Usar crédito como extensão da renda
Muitas famílias usam cartão ou financiamento como se fosse salário extra. É o pior erro. O crédito é uma ferramenta, não uma bengala. Quando usado sem planejamento, ele apenas antecipa um consumo que você ainda não podia ter.
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O que fazer: só financie se houver clareza absoluta de que aquela despesa cabe no orçamento. E nunca use cartão de crédito para cobrir um mês que já ficou apertado
4. Confiar no gerente como se fosse consultor financeiro
Seu gerente pode até ser simpático, mas o papel dele é vender produtos do banco. E os mais rentáveis para o banco nem sempre são os melhores para você. Financiamentos com taxas “baixas” escondem seguros, tarifas e serviços acoplados que encarecem silenciosamente o contrato.
O que fazer: compare propostas de pelo menos três instituições diferentes antes de fechar qualquer financiamento. E leia tudo — inclusive as letras pequenas.
5. Ignorar alternativas mais baratas e eficientes
Às vezes a pessoa aceita um crédito caro por não conhecer outras opções.
Por exemplo: em vez de parcelar a fatura do cartão, poderia pegar um crédito com garantia mais barato.
Ou, melhor ainda: poderia começar a construir um histórico como investidor e acessar taxas mais baixas futuramente.
O que fazer: estude o mercado. Plataformas digitais e cooperativas de crédito oferecem condições bem mais vantajosas que os grandes bancos — para quem sabe onde procurar.
Conclusão
Com a Selic em 15%, o Brasil não é um país para endividados desavisados.
Mas é, sim, um país onde quem aprende a jogar o jogo financeiro pode prosperar — mesmo em meio ao caos.
Evitar dívidas ruins é o primeiro passo. O segundo? Aprender a fazer o dinheiro trabalhar por você, e não o contrário.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.