O que aprendi após sofrer um mal súbito e ao ver Eriksen caído em campo

Legenda: O jogador foi levado a uma unidade hospitalar após os primeiros socorros no Estádio Parken
Foto: Friedemann Vogel/AFP/Pool

O fato que mais povoou o meu pensamento esta semana foi o ocorrido, no último sábado (12), com o jogador de futebol Christian Eriksen, da Seleção da Dinamarca, quando ele desmaiou em campo devido a uma parada cardíaca. Ali mesmo ele foi ressuscitado pelo médico da equipe, durante o jogo contra a Finlândia, pela Eurocopa.

Eu estava assistindo esta cena ao vivo e caí em prantos, vivi aquele momento de angústia como se estivesse ao lado do jogador. Em desespero, a mulher de Eriksen entrou em campo e foi amparada por um membro da seleção dinamarquesa, enquanto os outros jogadores ficaram em volta do companheiro desfalecido dando força naquele momento tão difícil. Eriksen foi reanimado, ainda caído na grama, com o uso de desfibrilador pelo médico da equipe.

No momento em que vi Eriksen saindo de campo, já com máscara de oxigênio no rosto, pressenti que ele sobreviveria. Esta imagem mexeu comigo e me remeteu ao dia 31 de agosto de 2008, quando vivi um momento de morte, por alguns minutos, parecido com o que aconteceu com o Christian Eriksen.

Eu estava entrando num restaurante, dentro de um shopping, no Rio de Janeiro, quando tive uma síncope, meu coração parou de bater e caí aos pés da minha filha mais nova e da minha mulher, fui reanimado no local por socorristas e meu coração voltou ao compasso, e de lá fui levado ao hospital.

Agora, quase uma semana depois do mal súbito pelo qual Christian Eriksen foi acometido, o jogador está bem, e quem sabe poderá voltar a jogar em breve.

Cada um tem uma história, mas quando a história de outra pessoa, ou um certo momento da história, se assemelha com a sua própria vivência, isso te traz uma identificação.

Acontece uma troca de experiências, que ajuda a entender, com um certo distanciamento, um fato semelhante ao qual você passou. Quando vi a cena do Eriksen, no gramado, lutando para viver me enxerguei, ao relembrar da morte momentânea pela qual passei e me fez querer mais ainda viver em plenitude e agradecer as sobrevidas que tenho.

Reza a lenda que um gato tem 7 vidas, na minha vida já passei por vários momentos de perigo e de estar no limiar entre a vida e a morte, causados por acidentes e doenças graves, como enfarte, arritmia e no ano passado fui infectado pelo covid-19 de forma grave. Com tantas sobrevidas, posso dizer que me vejo como um gato. Passar pelos momentos que passei, depois de estar a um fio da morte, me fez enxergar a minha força, e o quanto eu quero estar vivo e seguir dando ainda mais sentido e significado para a minha existência.

Minha caminhada é firme, por onde quer que eu passe. Aprendi que a jornada da vida é muito mais do que uma passagem, mas sim um grande presente. Estar vivo neste universo infinito de possibilidades da vida é uma dádiva, e ter a possibilidade de crescer e evoluir o nosso espírito é incrível. Alguns se retraem, dependendo do momento da vida, e sofrem com seus problemas, outros buscam uma maneira de transformá-lo em uma solução.

Vivemos em evolução constante, podemos fazer escolhas e tomar decisões, mas para que sigamos nossos projetos de vida é fundamental, acima de tudo, ter saúde, tanto física como mental.

Viva a Vida bem hoje, enquanto ela acontece e o coração pulsa!

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.