O projeto olímpico militar no Brasil é gigante para além do esporte

Legenda: Bruno Schmitt, do vôlei de praia, também conquistou muitas medalhas internacionais
Foto: FIVB

Nestes tempos de extrema desigualdade em que vivemos, nunca foi tão importante redescobrir a solidariedade.

Há 13 anos, sou técnico da Seleção Brasileira Militar de Basquetebol, fui técnico no Mundial Militares de Daegu, na Coréia, com bronze, em 2010; e na França em 2013, com ouro. Nos Jogos Mundiais Militares (JMM) do Rio, em 2011, com ouro; e JMM de Wuhan, na China, 4º lugar, em 2019.

Durante este tempo, o projeto esportivo militar teve êxitos e conquistas e, consequentemente, ganhou medalhas. Treinei gestores, atletas e técnicos, tanto da Seleção Feminina como da Masculina, e pude acompanhar o progresso do projeto, hoje o basquetebol é uma potência deste projeto.

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Outras modalidades que fazem parte da Seleção Militar, tais como o boxe, atletismo, vôlei de praia, pentatlo, também conquistaram medalhas olímpicas e oportunizaram que vários atletas brasileiros pudessem ter um bom treinamento.

O atleta Militar representa a união entre a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, e recebe apoio logístico, o que contribui na sua evolução.

Nos quatro Mundiais Militares, pude acompanhar de perto o crescimento pessoal e esportivo de muitas/os atletas na última década. Como o da atleta Sarah Menezes, do judô, que conquistou a entre as muitas medalhas que conquistou em competições internacionais, foi ouro dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. 

A piauiense é um grande exemplo de que, através do projeto olímpico militar, foi possível ter uma condição de vida melhor e entrou no hall de heroínas/os olímpicas/os. 

Bruno Schmitt, do vôlei de praia, também conquistou muitas medalhas internacionais e o ouro nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e também nos Jogos Mundiais Militares de Wuhan, em 2019. Nos últimos Jogos Mundiais Militares, o Brasil conquistou 42 medalhas.

Este mês, recebi o telefonema de um profissional do basquete militar que me fez um agradecimento pelo trabalho que fizemos juntos nos últimos oito anos, este é o tempo limite que um atleta profissional pode integrar as forças armadas.

Fiquei comovido com a gratidão expressada pelo Professor Júlio César. Ele me agradeceu pelos ensinamentos que lhe passei e pela maneira como trabalhei e me relacionei com ele, ele disse que esta experiência foi muito importante para o seu crescimento profissional. Fiquei emocionado e muito alegre por ter o reconhecimento do Júlio César. A solidariedade e a saúde coletiva geram atitudes positivas, que transformam os que nos cercam. Sejamos solidários ao invés de solitários!

Vivências como esta, memórias de bons momentos e atitudes são o que valem e o que levamos para a nossa história de vida!

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.