A determinação do governo português de suspender todos os voos entre o Brasil e Portugal após recorde de mortes por Covid-19 no país vai afetar três voos semanais da TAP Air Portugal em Fortaleza, a única ligação internacional em operação na Capital. A situação deverá se estender pelo menos até 14 de fevereiro, conforme indica a decisão do governo.
ATUALIZAÇÃO (18:24): A companhia aérea TAP Air Portugal informou à coluna que irá obedecer às determinações do governo português, mas que ainda não tem mais informações no momento, inclusive sobre as condições para os passageiros com bilhetes comprados.
A Air France ainda chegou a ensaiar a retomada dos voos de Fortaleza a Paris em outubro, mas as operações foram suspensas antes que retornassem por conta da segunda onda de casos na França. A companhia realizou alguns voos temporários na alta estação, em dezembro e no início de janeiro, mas eles já foram finalizados.
A Air Europa previu o retorno dos voos da Capital para Madri em novembro, mas também adiou os planos para março em meio à segunda onda. E na semana passada, a empresa foi vendida para a Ibéria, do grupo IAG, o que pode mudar essa programação. Procurada pela coluna, a companhia não confirmou se a operação do voo segue nos planos da empresa.
Após o cancelamento generalizado de voos no fim de março em meio à pandemia, somente a TAP retomou de fato, em agosto, a operação regular de uma rota internacional em Fortaleza.
Desde então, a companhia portuguesa transportou mais de 17 mil passageiros entre a Capital e Lisboa, dos quais 4,8 mil apenas no último mês de dezembro, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil.
O último voo operado pela TAP na Capital partiu do Aeroporto de Fortaleza no último domingo (24). Os voos eram realizados às sextas-feiras, sábados e domingos, com decolagem às 22h10 da Capital cearense e chegada às 8h15 em Lisboa.
Perspectivas
Esse cenário mostra o quão complicada ainda está a situação para o Aeroporto de Fortaleza, cujo hub de operações é focado no mercado internacional, principalmente na ligação com o mercado americano (que ainda mantém restrições de voos com o Brasil) e com a Europa.
Enquanto o aumento de casos não for controlado no País e mundo afora, não há perspectivas de retorno aos números recordes que o terminal apresentava antes da pandemia.