Melhor, mas não suave: o que nos aguarda no início de 2021

Experiência obtida na pandemia nos ajudará a lidar com alguns percalços, mas o ano começa já com dificuldades para a maior parte da população

Legenda: Atuação do Banco Central pode estar elevando a pressão do cenário de estagflação no Brasil
Foto: Divulgação

Nós, brasileiros, assim como a maioria dos seres humanos, estamos fartos de viver em uma pandemia. De ter nossa rotina interrompida por um ser invisível que ameaça a nossa vida e a de quem amamos. E por isso criamos grandes expectativas para o ano que começa agora, como o almejado fim da pandemia, mas é importante não se iludir: 2021 também não será fácil.

Já agora em janeiro, um repique de casos de covid-19 pode levar mais vidas e deixar o poder público em alerta para endurecer regras de distanciamento social. Milhões de brasileiros que dependiam do auxílio emergencial perderão o apoio em meio a um cenário de aumento da inflação: uma onda de reajustes dos preços administrados - isto é, influenciados pelo poder público, como a conta de água, luz, planos de saúde, entre outros.

O poder de compra da população, portanto, será menor. E o boom de vendas visto nos últimos meses pode perder fôlego, pelo menos por enquanto, afetando o faturamento do comércio e dos serviços, que compõem a maior parte da economia. Os serviços, principalmente os da cadeia turística e cultural, dependem umbilicalmente do controle da disseminação do coronavírus no País - que, por sua vez- depende de uma campanha eficaz de vacinação.

Esse deverá ser o maior desafio de 2021 para o País: a vacinação. Redenção para salvar vidas e, com elas, a economia. E o Brasil está muito longe de dezenas de nações que já começaram a vacinar a população.

Há de se lidar também com fatores imprevisíveis - como foi a própria pandemia. Neste mesmo dia, há um ano, o vírus já circulava no mundo. Em março, ainda negávamos que ele chegaria aqui. E hoje lidamos com novas mutações do Sars-COV-2 que podem se tornar um problema - pelo menos, agora o poder público já adquiriu uma experiência que nos ajudará a lidar com essas situações.

Mas longe de mim querer apontar somente as dificuldades que enfrentaremos logo nesse início de ano. Há muitos motivos para se ter esperança - a existência da vacina, e vários tipos dela, sendo a maior de retorno à normalidade. O desenvolvimento de um medicamento eficaz para tratar a doença, também. 

Com o controle da disseminação, a perspectiva é também de crescimento da economia no próximo ano. Com isso, mais renda, mais desenvolvimento, mais oportunidades.  

É preciso que tenhamos ponderação para entender os problemas e, assim, agirmos para construir uma sociedade melhor para todos. A virada do ano pode ser só um movimento do relógio, mas nos dá a oportunidade de refletir sobre as nossas ações e a de nossos representantes, e, assim, desenvolver a consciência de como podemos evoluir. 



Assuntos Relacionados