Após decisão da Federação Cearense de Futebol (FCF) de continuar com o Campeonato Cearense de portões fechados, apesar do risco de coronavírus, o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado do Ceará (Safece) e o Ministério Público Federal (MPF-CE) encaminharam recurso reprovando a determinação. Tanto a entidade como órgão federal solicitaram o cancelamento imediato do torneio sob risco de contaminação dos atletas e funcionários dos clubes.
Os dois documentos foram enviados ao presidente da FCF, Mauro Carmélio, nesta segunda-feira (16). Em nota da Safece, a instituição ressaltou que "apesar dos atletas serem jovens, saudáveis, e dentro das possibilidades de contaminação serem de baixa probabilidade, mesmo assim, não estão imunes ao vírus". Também foi informado que pelo menos 200 pessoas trabalham em cada partida, mesmo com portões fechados.
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Já o documento do MP, do qual a reportagem teve acesso, reitera que o Brasil atravessa um momento de "emergência de saúde pública" e lembra que o Estado confirmou os primeiros casos de COVID-19, a doença oriunda do novo coronavírus. O Diário do Nordeste apurou que há a possibilidade do Ministério Público entrar com uma ação judicial para impedir a realização do Campeonato Cearense caso a solicitação não seja acatada.
Na forma do artigo 6º, inciso XX, da Lei Complementar nº 75/93, fixa-se oprazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento do presente instrumento, para informar as medidas adotadas para o cumprimento do disposto nesta Recomendação, ou as razões para o seu não acatamento.
Sem cumprir as determinações, os representates dos clubes locais - como Ceará, Ferroviário e Fortaleza - e membros do Governo do Estado estão reunidos na sede da FCF para debater a mudança das datas da competição. O objetivo dos dirigentes é continuar a 2ª fase do Estadual, de portões fechados, e adiantar os jogos para então suspender o torneio durante as semifinais.