Março bate recorde de calor no mundo pelo 10º mês consecutivo
Temperatura média do período foi 1,68° superior ao registrado normalmente no período pré-industrial
Marcado por altas temperaturas, o mês de março foi o mais quente já registrado no mundo, tornando-se o 10º mês consecutivo a atingir um novo recorde de calor. A informação foi divulgada pelo observatório europeu Copernicus, financiado pela União Europeia, nesta terça-feira (9).
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De acordo com a entidade de monitoramento, a temperatura média do período foi 1,68° superior à registrada em um mês de março comum no período pré-industrial, que compreende os anos 1850 a 1900. O aumento foi o responsável por temperaturas acima da média em diversos locais do planeta, incluindo regiões na África, América do Sul, Antártica e Groenlândia.
Os registros consolidaram março como o 10º mês consecutivo a bater recordes de calor, além de estabelecer os últimos 12 meses como o período mais quente da história, com 1,58° acima das médias da era pré-industrial.
Como alerta, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o planeta provavelmente superará o limite de aquecimento de 1,5°, estabelecido pelos líderes mundiais na Cúpula do Clima de Paris em 2015, no início da década de 2030.
OCEANOS MAIS QUENTES
Além do calor excessivo nas cidades, os oceanos também esquentaram durante o mês de março. Após bater recorde de temperatura na superfície em fevereiro, o território marítimo atingiu novas máximas de 21,07º em março, com exceção das áreas próximas aos polos.
Cobrindo 70% do planeta, os oceanos são responsáveis por manter a superfície da Terra habitável ao absorver 90% do excesso de calor produzido pela poluição das emissões de carbono procedentes da atividade humana desde o início da era industrial.
O aumento da temperatura representa uma ameaça significativa à vida marinha e mais umidade na atmosfera, o que desencadeia condições meteorológicas mais instáveis, como ventos violentos ou chuvas torrenciais.
"Quanto mais quente a atmosfera global, mais numerosos, graves e intensos serão os fenômenos extremos", afirmou a cientista Samantha Burgess, que citou a ameaça de "ondas de calor, secas, inundações e incêndios florestais".