A filha de Geraldo Martins de Medeiros Júnior, piloto do bimotor que caiu matando a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas - incluindo ele próprio, pretende processar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pelo acidente. As informações são do jornal Metropóles.
A empresa é a responsável pela torre de distribuição que teve um de seus cabos atingidos pela aeronave, no município de Caratinga, no dia 5 de novembro.
O advogado de Vitória Medeiros, Sérgio Alonso, acredita que a tragédia pode ter sido causada pela falta de sinalização das torres de energia. "Se essa rede não estivesse lá, ou se ela estivesse sinalizada, o acidente não teria acontecido. O causador do acidente foi a rede não sinalizada”, considera ele.
Ainda conforme o advogado, as esferas laranjas de alerta não estavam posicionadas para indicar a existência dos cabos de energia e que, sem esse equipamento, “o piloto não enxerga a rede”.
Em nota divulgada pela Cemig um dia após a queda do avião, a empresa disse que a linha de distribuição atingida pela aeronave está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga.
Sérgio Alonso argumenta que, mesmo fora da zona, a torre deveria estar sinalizada, já que está próxima da reta final de pouso de aeronaves. “A zona de proteção vai até 4 km no raio do aeroporto e esse fio [de energia atingido pelo avião] estava a 5 km.”
Ataques
Após a informação de que o avião se chocara com o cabo de distribuição, a filha de Geraldo passou a sofrer ataques virtuais. Mensagens direcionadas a ela acusam o piloto de erro no acidente.
“Por estarem querendo transformar o comandante no culpado por isso, a filha vai processar a Cemig, inclusive para defender a honra do pai”, disse Sérgio. O pedido de indenização ainda será avaliado pela família, conforme o advogado.