Com 844 novas mortes, Brasil mantém 2º lugar em ranking mundial de óbitos em 24h
País supera 202 mil contágios com registro de mais 13.944 casos
Depois dos EUA, o Brasil é o país onde mais se morre de Covid-19 em um único dia. O Ministério da Saúde divulgou, ontem, 844 novos óbitos. Nos EUA, foram 1.607 novas mortes, totalizando 86.804 vítimas desde o início da pandemia, enquanto o Brasil acumula 13.993 mortes, desde o primeiro óbito, em 17 de março.
Os contágios se disseminam no País. Já são 202.918 casos confirmados, um aumento de 13.944 infectados em 24 horas. As duas últimas semanas de maio são apontadas por especialistas como críticas, com previsão de aumento de contaminações e óbitos.
O Brasil terá cerca de 90.000 mortes pela Covid-19 até agosto, segundo projeção do centro americano que assessora a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington.
"Esta análise mostra na América Latina uma grande epidemia esperada no Brasil e depois epidemias menores, mas substanciais, no México, Peru e Equador, além de uma epidemia muito menor na Argentina", disse Christopher Murray, diretor do IHME.
De acordo com os números recolhidos até 12 de maio, o Brasil seria o mais afetado, com 88.305 mortes, em um intervalo estimado entre 30.302 e 193.786. Por outro lado, a Argentina teria apenas 680 mortes (414 a 1.420).
O IHME alertou em comunicado que, em locais onde as infecções continuam a ocorrer e onde as evidências e o rastreamento de contatos não conseguem ser suficientes, diminuir o isolamento social pode prolongar a pandemia e levar a mais mortes, além de aumentar o risco de uma segunda onda de contágios.
Segundo Murray, para o Brasil o pico de contágio será atingido no final de junho. Ele ainda observou que o inverno na região Sul "provavelmente piorará o cenário". "No hemisfério norte, onde o aumento das temperaturas pode estar diminuindo um pouco a transmissão, o contrário poderia ser verdadeiro para os estados do sul do Brasil", com a chegada do inverno, afirmou.
No Brasil e no México, Murray enfatizou a necessidade de mais testes. A quantidade de testes no México "é extremamente baixa para os padrões mundiais", então é provável que haja "muitos, muitos casos" que faltem ser registrados. No Brasil "o número de testes não é tão baixo quanto no México, mas é muito baixo", acrescentou.