‘As Five’: “as questões sociais vêm de um lugar mais naturalizado”, diz Gabriela Medvedovski

A nova série do Globoplay estreia nesta quinta-feira (12) e apresenta as cinco amigas que marcaram ‘Malhação - Viva a Diferença’ na fase adulta

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: 'As Five' continua a história das cinco amigas de 'Malhação - Viva a Diferença' na fase adulta
Foto: Globo / Victor Pollak

Nova fase, novas vidas, novos sonhos. Esse é o recheio da trama de ‘As Five’, nova série original do Globoplay que dá continuidade às histórias das cinco amigas protagonistas de ‘Malhação - Viva a Diferença’ (2017): Benê (Daphne Bozaski), Tina (Ana Hikari), Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira) e Keyla (Gabriela Medvedovski). O spin-off de dez episódios estreia nesta quinta-feira (12) no streaming e serão exibidos semanalmente.  

Na produção de Cao Hamburger, as amigas retornam na fase adulta depois seis anos distantes e se reencontram para apoiar Tina após o falecimento da mãe. Cada uma lidando com os conflitos e as dificuldades dessa nova fase e compreendendo ainda mais seus lugares no mundo. Amadurecidas, elas vão ter a oportunidade de resgatar a intensa amizade.  

Se essa edição de ‘Malhação’ foi sucesso de audiência por abordar diversas questões sociais, como o racismo, machismo e homofobia, a série não deixa a desejar nesse aspecto. Porém, na nova produção, “as questões sociais vêm de um lugar mais naturalizado. Sem precisar de tanta didática para explicar como aconteceu na novela”, afirma Gabriela Medvedovski em entrevista coletiva com parte do elenco.  

“Malhação impactou pois o Cao construiu uma representatividade de verdade, é diferente de colocar uma cota estética. Eram personagens diversos que tinham histórias reais pra serem contadas e assim continua na série”, acrescenta Ana Hikari. 

“Os fãs podem esperar uma série que fala de representatividade LGBT+. Posso adiantar que vai tratar desse lugar da representatividade lésbica e continuando uma semente que o Cao plantou na novela com a Lica e Samantha”, confirma Manoela Aliperti, cuja protagonista viveu par romântico com a personagem de Giovanna Grigio.  

Legenda: Elenco de protagonistas retorna para o spin-off
Foto: Globo / Estevam Avellar

Amadurecimento  

Para as atrizes, a série é concomitante com o próprio período de amadurecimento delas e, segundo elas, era inevitável não colocar isso nas personagens. “Não tem como não trazer experiências nossas, sempre que interpretamos alguém, a gente leva da gente também. Como as nossas idades são mais próximas das personagens na série, isso acabou se tornando mais fácil”, explica Gabriela.  

As mudanças de personalidade de cada uma é uma das novidades da série, o que chegou, inclusive, a surpreender as atrizes. “A Benê, em Malhação, tava compreendendo o que era o autismo, como lidava com os sentimentos. Já na série, ela tá bem menos ingênua, fez faculdade, mora longe da família com o Guto [personagem de Bruno Gadiol]”, diz Daphne Bozaski.  

Ana, por sua vez, conta que se surpreendeu ao ver em Tina as características da mãe que ela tanto criticava. “Foi um processo muto bom de ver que ela cresceu fazendo o que ela sempre sonhou fazer, mas ela tá diferente em vários lugares, muitas das coisas que ela criticava na própria mãe tão aparecendo nela agora e ela vai ter que lidar com essa contradição”.  

Para Heslaine Vieira, a nova fase de Ellen é interessante por mostrar ela se desprendendo de certas responsabilidades que teve de assumir desde muito nova. “A Ellen tá morando em Boston, falando em inglês, fiquei muito feliz com essa oportunidade que ela teve. É muito difícil crescer e é mais difícil ainda crescer jovem. Me vejo nela em muitos aspectos”, pontua.  

Repercussão 

Após muita repercussão nas redes sociais e até criação de ‘fandoms’ das protagonistas, o spin-off chega a partir dessa mobilização do público. Com a reprise de ‘Malhação’, elas contam que voltaram a receber feedbacks sobre a novela. “São pessoas de todas as idades assistindo e curtindo”, conta Daphne.  

“Talvez isso não tivesse acontecendo se não fosse a mobilização desse público, porque eles pediram muito uma continuação da história das meninas e isso foi muito importante pra emissora ver a importância desses assuntos e o quanto eles se apaixonaram por essas personagens”, reconhece Ana.  

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