Crescimento planejado

Profissional dispõe de uma ferramenta poderosa para traçar e conquistar suas metas: o plano de carreiras. Entenda como fazer o seu.

O mercado de trabalho é um campo a ser explorado com uma grande diversidade de opções. Essa variedade de caminhos a serem seguidos e promoções a conquistar dificulta a construção de uma jornada constante e funcional para o desenvolvimento do trabalhador se ele não tiver foco.

O plano de carreira funciona como um guia para traçar e conquistar metas. É possível planejá-lo sozinho ou com ajuda da empresa em que o colaborador está inserido. Quando a pessoa deseja galgar caminhos específicos, nos quais, talvez, seja necessário a mudança de organização, o plano de carreira também deverá ser ajustado conforme o propósito do profissional.

A idade média de quem busca ou constrói um plano de carreira é entre 30 e 35 anos. Enquanto o profissional jovem ainda está experimentando, esse público é formado por pessoas com mais experiência de mercado, que conhecem o funcionamento de corporações, os desafios, as aptidões necessárias e sabem o que querem. Com, isso, podem traçar planos mais objetivos.

Madalena Mattos é pedagoga e trabalha como palestrante na área do desenvolvimento humano. Para ela, das várias turmas que ajudou a construir planos de carreiras, muitos participantes buscam realização profissional e pessoal. “Busque algo que faça seus olhos brilharem. Eu tinha uma empresa, mas desejava ser palestrante. Plantei até chegar onde queria, mas nunca podemos terminar de estudar para irmos mais longe”, diz a especialista. 

Etapas
O primeiro passo para elaborar o plano de carreira independente é sair da zona de conforto e se dedicar a pensar no futuro a ser conquistado. É preciso refletir sobre a atual circunstância empregatícia do profissional e onde ele quer chegar ao final desse plano. Especialistas indicam que planos mais curtos, entre um e cinco anos, são mais efetivos por manterem uma motivação constante.

Após a reflexão, é necessário que o profissional valide essa mudança: é preciso entender o porquê esse crescimento importa para ele. Depois, deve-se traçar metas próximas, tangíveis, para que não haja frustração. Além dessas metas, é necessário que o currículo ideal seja formulado para a conquista do propósito. Deve ser investido, sobretudo, em conhecimento, fazendo treinamentos, cursos de reciclagem e aprimoramento. Tendo projetado esse planejamento, o profissional pode focar em conquistar aquilo que o brilha os olhos, em que realmente tem desejo de trabalhar.

Corporativo
No caso da aplicação desta ferramenta dentro de uma empresa, é preciso que essa organização possua um plano de cargos, carreiras e remuneração. A definição não se afasta muito do plano de carreira em si, mas um compensa o outro quando estão implantados em uma mesma corporação. 

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Rebeca Zaupa (foto acima) é consultora de gestão e pessoas e atua criando e implantando planos de cargos, carreiras e remuneração em empresas. Ela pontua que, com esses planos bem definidos, há um compartilhamento de responsabilidade entre os gestores e seus colaboradores, em que o líder avalia as possíveis movimentações de carreira, por exemplo, se o profissional está apto ao cargo com todos os requisitos preenchidos. 

“É uma ferramenta poderosa que trabalha a meritocracia na empresa. Ela deve munir o colaborador de ferramentas e recursos para esse movimento de carreira, mas a maior parte da responsabilidade está com o colaborador, que é, de fato, o dono da carreira”, pontua Rebeca.

O plano de cargos alinha todos os cargos existentes na organização. Detalha papéis e responsabilidades, competências, requisitos de escolaridade, tempo de experiência e outros fatores necessários para que um profissional ocupe aquele cargo.

São os gestores, assessorados pelo setor de recursos humanos, que realizam o plano de cargos. Além deles, é possível receber a ajuda de consultores em tendências de mercado e profissionais internos que tenham conhecimento da empresa como um todo, levando em consideração sua estrutura e sua cultura.

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Detalhes
A partir dessas definições, a empresa pode pensar no seu plano salarial, que envolve as estratégias de remuneração fixa de seus colaboradores. Para isso, é levado em conta a facilidade de reposição de um cargo ou até mesmo a dificuldade em encontrar um profissional capacitado para tal função.

Dessa forma, o funcionário dentro de uma organização com planos de cargos e de remuneração pode pensar e buscar como é um plano de carreira dentro da empresa. Cada uma possui uma política diferente para crescimento profissional envolvendo promoções a seus colaboradores. É possível que sejam levados em consideração, para o colaborador, cursos de aprimoramento, participação voluntária em treinamentos, tempo de experiência, absenteísmo, nível superior de escolaridade, realização de metas estabelecidas e outros fatores. 

No entanto, a própria empresa pode delimitar uma periodicidade para que tenham conversas sobre promoções e só abrir essa possibilidade caso alguma meta seja alcançada, como a manutenção da saúde financeira ou o aumento de capacitação dos funcionários.

É também necessário observar quais são os cargos possíveis de serem alcançados, tendo em vista que é necessário uma aproximação com os conhecimentos requeridos. Se um profissional auxiliar deseja mudar de área, ele realiza uma promoção horizontal, mantendo o cargo, mas em uma nova função. E, a partir do momento que ele está no setor desejado, ele pode crescer e se tornar assistente, analista júnior, pleno ou sênior, coordenador e assim seguir na hierarquia da corporação estabelecida em seu organograma. Com todas as regras estabelecidas, os colaboradores podem começar a investir no seu plano de carreira baseado no que é necessário para atingir a posição desejada na empresa.