Moradia adaptada

Confira o que é preciso para deixar o lar mais acessível para pessoas com deficiência física.

O conceito de morar bem passa por desfrutar de um espaço que proporcione conforto e segurança. Mas para pessoas com deficiência física (PCD’s), uma característica fundamental de um bom lar é que ele possibilite a autonomia daquelas com movimentos limitados. Para isso, são necessárias algumas adaptações e mudanças na estrutura e  a decoração da casa.

Estrutura acessível

Segundo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 45 milhões de Pessoas com Deficiência (PCDs), número que representa cerca de 24% da população. Como são pessoas com mobilidade reduzida, que geralmente utilizam equipamentos de auxílio para locomoção, como bengalas, muletas e andadores, além de cadeiras de rodas, a estrutura da habitação deve ser adaptada para dar autonomia na movimentação e evitar acidentes.

Especialistas recomendam a instalação de barras  de apoio em pontos estratégicos, como banheiro, chuveiro e pia, pois facilitam a utilização desses espaços com conforto e segurança.  Nos banheiros, outra recomendação é a remoção de desníveis no piso. Além disso, é preciso providenciar a instalação de rampas, a troca dos pisos  lisos por antiderrapantes e a instalação de corredores  largos. Em alguns casos, eliminar paredes pode ser necessário para dar mais mobilidade ao morador. A ideia é que o ambiente  tenha espaço suficiente para um giro de, pelo menos, 180°.

Já os corredores de acesso devem permitir que cadeirantes façam manobras de 90º, aumentando sua autonomia de movimentos. E as portas, com largura mínima de 80cm de vão, permitindo a movimentação de cadeirantes. Em relação à mobília, o menos é mais. Tudo que sirva de barreira ou impedimento de uma movimentação fluida deve ser removido. Móveis com portas de correr ocupam menos espaço e são mais práticos. Prefira aqueles objetos com cantos arredondados para evitar acidentes e ferimentos.

Guarda-roupas devem ter projeto especial para facilitar o acesso de uma cadeira de rodas aos calçados e roupas. Tomadas e interruptores de luz também devem ser justados para ficarem na altura adequada para alcance do cadeirante. Uma solução também é fazer um projeto personalizado, com controles, botões, teclas e similares que podem ser acionados por pressão, alavanca ou automatização.

Banheiros

No banheiro, os cuidados são redobrados. Além do piso antiderrapante, é preciso providenciar barras de apoio. A recomendação é observar se as barras atendem à Norma 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – que estabelece dimensões e resistência apropriadas – e ainda às normas NBR 10283 e NBR 11003, que se referem à resistência à corrosão. O equipamento deve ser inteiramente de aço inox, incluindo suportes e parafusos de fixação sextavados. Do contrário, há risco de oxidação e de acidente. As barras também devem ter empunhadura correta para evitar que a pessoa prenda o braço entre a alça e a parede, causando fratura.

Outra indicação da ABNT é quanto ao espaço para a manobra da cadeira de rodas dentro do banheiro. Deve haver espaço livre de raio suficiente para que a cadeira possa ser girada em 360°. Considera-se, para isso, um diâmetro livre de 1,5m. Tudo deve estar ao alcance do cadeirante, como o acionamento da válvula sanitária, da torneira, as barras, os puxadores, os trincos e possíveis acessórios. Além disso, é importante garantir a visualização do espelho. 

Já os lavatórios devem garantir altura frontal livre na superfície inferior e na superfície superior de no máximo 0,8m, para que seja possível encaixar a cadeira de rodas. Ou seja, o ideal é instalar lavatório sem coluna ou com coluna suspensa ou lavatório sobre tampo. Para não errar no projeto, consulte um profissional de arquitetura.

Fonte: ArchDaily Brasil