A carreira de detetive particular

Conheça a atuação desse profissional que trabalha para desvendar os casos mais misteriosos.

Foto: Foto Banco de Imagens

Hoje em dia, com a ajuda da internet, está cada vez mais fácil acompanhar os passos de alguém pelas redes sociais. Mesmo assim, ainda existem muitos detetives e eles são procurados com bastante frequência, garante o detetive particular Lima, que tem 47 anos e há nove atua na área. Ele pontua que não há pesquisas ou agências que controlam este mercado em Fortaleza, mas é um negócio que sempre está em alta. Por isso, relata detetive Lima, é possível viver somente com a renda das investigações ou conciliar esse ramo de negócios com outra atividade. 

Para se tornar detetive profissional, é necessário fazer um curso de formação na área de investigação, indica o detetive particular Lima. Ele aponta que existem vários cursos de investigação e inteligência por todo o Brasil, e o curso de detetive particular é oferecido de forma muito séria e profissional por essas escolas, que também são encontradas via EAD (educação a distância) pela internet. Além disso, os detetives podem buscar outras formações para agregar valor à profissão. 

Formações relacionadas a noções de leis e direito criminal, técnicas de perseguição, noções básicas de psicologia e comportamento humano, técnicas de entrevistas, elaboração de relatórios e cursos de defesa pessoal são algumas das opções de formação mencionadas pelo detetive Lima. 

Contrato
De acordo com o profissional, os acordos com os clientes dependem da complexidade do caso. Ele cita que o tempo dedicado a cada história, as informações disponibilizadas pelo cliente, o acesso a dados do investigado, a complexidade no recolhimento de evidências e o número de provas são alguns dos fatores que precisam ser averiguados e que variam caso a caso. “Apenas após o recolhimento de todas essas informações o detetive é capaz de criar um orçamento do valor diário do trabalho. Os honorários, acordados antes do início do trabalho, são cobrados de acordo com o tempo que se levará  até o final do caso”, esclarece. 

Valores
O detetive Lima sinaliza que, no Brasil, os investigadores particulares costumam cobrar entre R$ 100 e R$ 160 por hora. Já a média da diária custa em torno de R$ 700. “Deve ser cobrado um pagamento de entrada de, pelo menos, 20% do valor, mediante contrato, para garantir que se supram os gastos diários de investigação”, complementa o profissional. 

Experiência própria 
Os casos mais comuns para os quais o detetive Lima costuma ser contratado são os de investigação de paternidade, localização de pessoas desaparecidas, apropriação indevida de segredos industriais (espionagem empresarial), traições conjugais (adultérios) e monitoramento de adolescentes. 

Por outro lado, um caso bastante inusitado aconteceu quando ele foi contratado para uma investigação que realizou quando morava em São Paulo, “que me surpreendeu devido ao alto grau de perigo”, avalia. O caso era de um empresário que desconfiava que seus negócios andavam mal devido ao vazamento de informações técnicas para seus concorrentes. 

“Ao contratar o serviço, fui informado de que o principal suspeito era o sócio dele. Após dias de investigação e tocaias montadas para observar os passos do sócio, descobrimos que a pessoa envolvida na questão era a própria esposa [do contratante]. Ela detinha informações sigilosas e as repassava ao sócio do marido. Num dia de muita chuva, a esposa do contratante foi flagrada em um motel com o sócio dele. Descobrimos, então, duas traições”, revela o detetive.

Atenção
Quem vai contratar um detetive profissional tem que verificar as credenciais do profissional e buscar informações sobre a idoneidade dele antes de fechar um contrato. “Os bons detetives têm locais físicos e legalizados para atender sua clientela. Também há clientes que, por não gostarem de se expor, preferem ser atendidos em locais de sua escolha”, comenta o detetive particular Lima. 

Mistério e glamour
“Esta profissão carrega um teor de glamour, admiração e respeito por tratar de segredos, aventuras e sensações de descobertas muito inusitadas. Quem nunca ouviu as histórias do célebre Sherlock Holmes, ou nunca leu um romance de Agatha Christie? Tudo isso é inspirador e move esses grandes e competentes profissionais. Sinto um grande orgulho de pertencer a essa classe. A cada dia que passa, motivação é o que não falta para continuar descobrindo segredos que amenizem as dores humanas”, descreve o detetive particular Lima.