Nos últimos anos, os investimentos privados na agropecuária do Ceará ganharam ainda mais relevância, com índices de crescimento que seguem uma curva ascendente e com viés de alta. Algumas áreas do setor primário da economia cearense – como a fruticultura, a pecuária e a carcinicultura – absorveram modernas tecnologias de produção, armazenamento, embalagem e transporte e, ainda, novas práticas de comercialização e de relação com clientes e consumidores. Assim, avançam no rumo de um futuro de horizonte promissor. Neste momento, um navio, que partiu dia 1º, do porto de Santos, navega em direção à China, onde atracará dentro de 34 dias, levando o primeiro carregamento de melão produzido no Município de Icapuí. É a viagem que testará a viabilidade da logística de transporte a ser utilizada na exportação dessa fruta para o cobiçado mercado consumidor chinês, o maior do mundo. O Ceará tem manchas de solo já técnica e cientificamente consideradas ideais para o desenvolvimento de quaisquer culturas, com a vantagem de que podem produzir em regime de sequeiro (dependentes da chuva) ou pela irrigação. Assim, a oferta de água – de superfície ou de subsolo – é condição indispensável para o êxito da atividade agrícola. No Vale do Coreaú, no Norte; no do Jaguaribe, no Leste; e no do Cariri, no Sul do Ceará, localizam-se essas manchas que estão, em boa velocidade, transformando a agropecuária em um negócio rentável, gerando emprego e renda. Diante das excelentes perspectivas que se abrem para o setor, a Secretaria Executiva do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedet) promoveu uma reunião com os atores privados e públicos que têm a ver com os projetos de irrigação Jaguaribe-Apodi e Tabuleiros de Russas, entre os quais o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), que é o administrador dos dois empreendimentos, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), responsável pela gestão das águas dos açudes Banabuiú, Orós e Castanhão, que lhes fornecem a água, e os pequenos e grandes produtores, os quais assumiram o compromisso de que, a partir do próximo mês de dezembro, toda a área já infraestruturada dos dois perímetros passará a produzir. Para isso, porém, a Cogerh precisará garantir a oferta de mais um metro cúbico por segundo de água aos produtores; a Coelce terá de acelerar a ligação da energia elétrica aos pivôs centrais de irrigação; e o Dnocs terá de executar alguns pequenos serviços de manutenção da rede de canais que transportam a água. Nessa reunião, também estiveram presentes grandes empresários que já estão investindo na produção de algodão e trigo na Chapada do Apodi, cujos projetos-piloto executados neste ano obtiveram resultados para além do previsto, com uma produtividade semelhante à das regiões produtoras. A Embrapa, assessora técnica e científica dos projetos da triticultura e da cotonicultura no Apodi, está provando que sua tecnologia é capaz de tornar produtivo qualquer tipo de solo, como já se viu no cerrado do Centro-Oeste e do Oeste da Bahia é uma prova. O Ceará está, pois, a descobrir sua nova vocação econômica e começando a explorar sua nova fronteira agrícola. A parceria do público com o privado tem todas as chances de êxito aqui.