Não muito longe de completar um ano da pandemia, o tempo em que conhecemos essa nova realidade nos obriga a uma série de compromissos, sobretudo enquanto não há vacina. E a retomada de voos nos aeroportos nos obriga para a necessidade de um protocolo sanitária unificado, pelo menos, em sua maior parte. Os impasses que ocorreram em março deste ano, em que o Governo do Estado do Ceará precisou pedir permissão à Justiça para fazer a fiscalização sanitária no Aeroporto de Fortaleza, não podem mais acontecer. Quando o coronavírus se espalhou pela China, bem antes de chegar ao Brasil, tivemos um tempo para pensar movimentos, nem sempre realizados. Com o controle sanitário aéreo é diferente: estamos todos tão ou mais afetados pela pandemia e, ainda mais, já se sabe que os aeroportos foram a grande porta de entrada do vírus, afinal, esses terminais são a ponte que liga o mundo inteiro. Isto significa diferentes nações transportando seus passageiros. Cada um tem protocolo sanitário próprio, mas a pandemia da Covid-19 mostrou que não compensa a realização de ações pontuais, individualizadas. O setor aéreo necessita de um protocolo nacional unificado de segurança sanitária. No Estado do Ceará, sempre fomos acostumados, nas campanhas de combate ao mosquitos Aedes aegypti, que é necessário o empenho de todos. A ausência, até o momento, de um protocolo sanitário unificado para os aeroportos, preocupa, sobretudo pelo fato de que ainda não temos vacina, e em alguns lugares os casos de infecção têm aumentado, porque a população relaxou nos cuidados. Não à toa, o Centro de Estudos e Pesquisas para o Transporte Aéreo (Cepta) defende que a unificação dos protocolos de segurança sanitária facilitaria todo o processo da operação dos voos, já que não haverá um procedimento específico em cada aeroporto. Ele concorda com a restrição de passageiros em casos de doença, mas pondera sobre cancelamento de voos quando uma pessoa apresentar Covid-19, em detrimento das demais. Somente um protocolo unificado irá resolver isso, seja por antecipação, deixando todos os passageiros cientes de que poderão ser retirados do voo, por exemplo, quanto para as próprias companhias aéreas, que estão na ponta desse procedimento. A economia está retomando, o turismo volta a dar seus passos. Em breve, mais voos chegarão e partirão. O Ceará viveu, em 2019, um crescimento superior a 100% do número de passageiros nos voos, desde que foi iniciado, em 2018, o hub aéreo Air France/ KLM/ Gol, trazendo boas perspectivas para o setor de turismo. As ações deste setor que irão condicionar a decolagem de voos, junto a isso, o próprio turismo nacional e internacional. Os estados não poderão mais esperar por liminares na Justiça que digam o que podem fazer sobre quem chega em seu território. O Ministério da Saúde, juntamente com órgãos de Defesa, a Infraero e a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), precisam definir, para todos os aeroportos, quais serão as medidas sanitárias, assim como já ocorre com todas as outras medidas de segurança. Isso evitará, inclusive, desgastes judiciais desnecessários entre estados e União.