O presidente Jair Bolsonaro é um homem simples, metido a besta é o boi que gera a picanha do seu churrasco — R$ 1.799,99 o kilo, como revelou o Cozinha Bruta, o blog de Marcos Nogueira na “Folha”. Um boi da raça wagyu, de origem japonesa, tratado à base de massagem, cerveja e música clássica. Sim senhor, o bicho relaxa ao som de um Beethoven. Nada contra os animais, ele merece.
O homem da caneta Bic é um homem simples, luxuosos são os lugares que frequenta. Somente nas férias do final do ano, entre São Francisco do Sul (SC) e no Guarujá (SP), gastou R$ 2,3 milhões. Os dados são do Palácio do Planalto, fornecidos a pedido de parlamentares.
Jair é um homem simples, extravagante é o Fabrício Queiroz, o velho amigo e ex-assessor de Flávio Bolsonaro — vide escândalo da Rachadinha — que depositou cheques no valor de R$ 89 mil na conta da primeira-dama Michelle.
O cara que merenda pão com leite condensado é um homem simples, gastador é o cartão corporativo da presidência da República. Até o ano passado, a média das despesas batia R$ 709,6 mil por mês.
São apenas breves exemplos do cotidiano do ex-capitão que derrubam o mito do político gente como a gente, uma característica muito bem explorada no seu marketing e reproduzida pelos seguidores mais fanáticos.
Repare que este cronista nem citou os luxos da família inteira, o que poderia nos levar direto para a casa de R$ 6 milhões adquirida recentemente pelo filho Flávio, no setor de mansões de Brasília.
Não devemos confundir um homem tosco com um homem simples. Grosseria não é sinônimo de simplicidade. Isso é conversa pra boiada dormir — com ou sem massagens especiais, ao som de Beethoven ou de um belo brega escrachado.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.