Mais uma vez, fiquei insatisfeito com o que a seleção brasileira ofereceu na Copa.
Não sou partidário da ideia de que nada prestou. Mesmo porque não esperava do escrete um futebol de primeira linha.
Me convenci de que as coisas funcionariam dentro de um certo pragmatismo.
Me reporto ao excesso teórico que cercou o time brasileiro, antes que a bola rolasse.
No rame-rame de suas entrevistas, Tite deixava a impressão de que tinha uma sacada nova para por em prática, a cada jogo.
É nesse ponto que fiquei encafifado. Teorizou-se demais, com resultado prático pífio, no geral das atuações.
O problema não foi dancinha nem cabelos coloridos. "A dança é a imagem escondida da alma", disse Martha Graham.
Imaginei ver em campo um movimento de jogo diferente do que estamos habituados, que justificasse vasta comissão técnica, explanação teórica e possibilidades.
Diante dos cenários que se apresentaram, foi tudo para lá de normal.
Reconhecemos que alguns desempenhos individuais, ruins ou irregulares, atrapalharam.
Não dobramos no tempo normal o mais difícil adversário, a Croácia. A seleção brasileira foi até inferior na primeira etapa. Na prorrogação, ficamos, também, no empate.
Fico a pensar como seria enfrentar seleções mais fortes. Aguentaríamos o rojão?
O futebol tem coisas fora da curva. O treinador Scaloni não tem experiência nem títulos conquistados e acabou tri-campeão, dirigindo a Argentina.
Seria uma versão do Fernando Diniz?
Walid Regragui assumiu a seleção do Marrocos (a grande surpresa da Copa), seis meses antes dos marroquinos desembarcarem no Qatar.
Enquanto isso, o tempo dado a Tite e seus comandados foi o de duas Copas.
Resultados finais bem diferentes.
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