Sem o outro não dá

Coluna de Wilton Bezerra deste sábado (21)

Foto: Reprodução

Começo essa crônica com a impressão de que já a escrevi tempos atrás. 

De qualquer forma, acreditamos que com palavras e frases diferentes. Nunca se sabe. 

Quem não é vítima das repetições? Então, vamos lá.

Essa tirada sartreana de que "o problema são os outros" é muito mais esticada em sua compreensão do que imagina a nossa paupérrima filosofia.

Sugerimos uma consulta ao intelectual juazeirense Carlos Cláudio, para um mais profundo mergulho nessa água morna e mansa.

Isso não nos impede de dar um toque pelas beiradas do nosso entendimento com relação ao indispensável outro.

Ora, sem o outro, a vida não tem sequência. A gente vai mostrar a quem os nossos feitos?

"Deixa eu dizer prá tu" (forma de iniciar uma conversa, do filósofo Mossoró, do SVM): como chegar à área adversária, sem uma tabela com o outro?

Não se chega a lugar nenhum, sem um ataque apoiado. Perguntem aos técnicos e jogadores.

Outra. Sem Jane, o musculoso Tarzan teria berrado para o mato e os gorilas a vida toda. Certamente que usaria os cipós com intenções suicidas.

Pense em um rei momo sem rainha. Morreria na quarta- feira de cinzas, vítima do mais cruel abandono da parceira.

Experimentem viver em uma ilha, por mais paradisíaca que seja, apenas com o desenho de um rosto em um coco para puxar um papo somente com perguntas. Nem radinho de pilha ajudaria, criatura.

Antônio Maria, grande jornalista e compositor, mesmo cantando a solidão, não dispensou a companhia de uma leoa. Só para lembrar: foi casado com Danusa Leão.

Eu não disse que o pitaco sobre o assunto seria apenas pelas beiradas?

Se misturei alhos com bugalhos, paciência.

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