Rogério Ceni e o culto à eficiência, com velocidade

Quando um time de futebol atinge o ápice, como força de conjunto, é comum se dizer que os jogadores “jogam por música”.

Futebol e música – tudo a ver – pois lidam com harmonia. Mesmo porque, o futebol, também, é dança, se não sabem.

A música, para o mítico trompetista Miles Davis, era tempo: tempo de acelerar, tempo de ir mais lentamente e tempo de parar.

Fosse solista de um conjunto musical, Rogério Ceni adotaria, como característica do andamento musical, a aceleração permanente do ritmo.

O treinador do Fortaleza não faz nenhuma campanha contra a troca de passes ou o drible, no entanto, prefere a soma de coisas simples como solução.

No badalado e modificado 4-2-4, de antigamente, o vetor das ações do tricolor é a velocidade acompanhada da eficiência.

O sistema de quatro atacantes é apenas uma senha para chegar na área adversária até com seis, no abandono de receios na hora de recompor.

Sem desprezar as aventuras individuais de Osvaldo, Deivid e Romarinho, por exemplo, a bola longa no contra-golpe rápido é a música que ressoa melhor no repertório do Leão do Pici.

Pode se dizer que o Fortaleza, diferente de outras equipes, absorveu não só o estilo de futebol solidário do seu treinador, como também admitiu que seus jogadores se amoldem à sua sistemática tática de jogo, e não o contrário.

Sem notáveis evoluções na prancheta, o futebol do tricolor é de receita simples, baseado na aceleração que pernas e corações permitem.

A proposta de pura eficiência tem tudo para continuar dando certo. Para tanto, Rogério Ceni continua dando as cartas na escolha de jogadores, cujas características se encaixem dentro de sua ideia de jogo.

Com ele, a certeza absoluta de que jamais o Fortaleza vai ser apenas um belo e inofensivo leão de mármore.

É pra quem pode.