Quando uma potência cai
Leia a coluna de Wilton Bezerra desta terça-quinta (21)
No futebol brasileiro, o rebaixamento de uma potência para a série B vira uma situação de terror.
Pouco adianta dizer que, mesmo com tradição e poderio econômico, nenhum clube está imune ao descenso.
Várias das nossas potências já amargaram essa queda.
Entanto, é bom que se registre o seguinte: as grandes torcidas não abandonam o clube rebaixado. Pelo contrário, reforçam a sua devoção para tirá-lo do buraco.
Tem que ser assim. Não se pode almejar regulamentos que premiem a mediocridade.
O iminente rebaixamento do Fortaleza tem produzido um ambiente pesadíssimo.
O embate entre Eduardo Girão e Marcelo Paz, através dos microfones, não ficou legal.
Principalmente, por se tratarem de pessoas parecidas na forma de pensar e que amam o Fortaleza.
Os dois foram molas propulsoras para a mais extraordinária campanha de um time cearense em alto nível.
A gestão de Marcelo Paz permitiu ao Fortaleza capacidade de mídia e captação de recursos como nunca na história do clube.
No começo de tudo, disse Paz: "Os custos não são problemas. Basta encontrar um modelo de negócio que seja positivo". E esse modelo foi alcançado.
É preciso que se tenha calma nessa hora difícil.
Às vezes, é necessário que o passado (recente, de quatro anos) seja uma urgência para o presente.
Se o Fortaleza cair para a segunda divisão, que o melhor jeito de dizer adeus à série A seja com o silêncio que pacifica.
Como disse Carlos Drumond de Andrade: "Perder implica em remover detritos, começar de novo".