Em um encontro de dois saudosos poetas caririenses, Hélder França e Enéas Duarte, o primeiro deplorou a precária vestimenta do segundo:
- Responde-me,
Oh! Pobre vate,
Qual foi o mal alfaiate
Que te aleijou de uma vez
Enéas não tardou a responder:
- Foi o alfaiate da miséria
Que pobreza
É coisa séria
Foi a miséria quem fez.
Acontece que a pobreza que gera a fome não tem nada de poética.
Quando iremos nos preocupar com a pobreza no País?
O que falta para encarar esse problema, com a urgência que ele merece?
Quem tem maiores responsabilidades sobre essa questão já experimentou passar um dia de fome?
E ver os seus dependentes vítimas dessa pena de morte por inanição?
Como em outros desafios, não há uma preocupação real com isso.
O objetivo parece ser, mesmo, naturalizar essa impiedade de séculos.
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