Por falar em pobreza

Confira a crônica deste sábado (6)

Foto: shutterstock.

Em um encontro de dois saudosos poetas caririenses, Hélder França e Enéas Duarte, o primeiro deplorou a precária vestimenta do segundo:

- Responde-me,
   Oh! Pobre vate,
   Qual foi o mal alfaiate
   Que te aleijou de uma vez

Enéas não tardou a responder:

-  Foi o alfaiate da miséria
    Que pobreza 
    É coisa séria
    Foi a miséria quem fez.

Acontece que a pobreza que gera a fome não tem nada de poética.

Quando iremos nos preocupar com a pobreza no País?

O que falta para encarar esse problema, com a urgência que ele merece?

Quem tem maiores responsabilidades sobre essa questão já experimentou passar um dia de fome?

E ver os seus dependentes vítimas dessa pena de morte por inanição?

Como em outros desafios, não há uma preocupação real com isso.

O objetivo parece ser, mesmo, naturalizar essa impiedade de séculos.

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