Penso, logo escrevo

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A única referência que tenho de Descartes é seu famoso princípio: "Penso, logo existo"!

Curiando algumas linhas do Padre Antônio Vieira (o de Várzea Alegre), percebe-se que ele emula com o filósofo francês, no sentido de que a única razão de ser do homem é o pensar.

Esticando o estilingue, deixa claro que a pessoa existe porque pensa.

No tempo em que cachorro corria atrás de carro, dizia-se que "quem pensa muito fica doido". 

Não cheguei a esse ponto, mas devo confessar que tenho pensado muito. 

Remexo no passado e penso em mim e nos outros.

Nas minhas repetições (sem elas, sou nulo), imagino que a vida no passado foi bem melhor que nos dias de hoje.Com o passar do tempo, somos induzidos a pensar assim.Será que isso é verdade ou o prazer das descobertas na época da inocência produziram essa sensação?

"O passado não é o que passou. É o que ficou do que passou". Alceu Amoroso Lima.

Os mais exaltados vociferam: "Como pode ser bom um tempo em que não existia a penicilina"?

É preciso dar uma pausa e dizer que faltavam muitas outras coisas. 

Sim, mas o que se tinha em abundância, sem as misérias e os padecimentos de hoje?

Quem padece todo dia acaba se afeiçoando ao próprio martírio.

Antigamente, não tinha pacote econômico (não que eu me lembre) para conter a carestia, bastava chover.

Reconheço minha ignorância em economia.

Por outro lado, homens respeitáveis eram convidados para administrar cidades, pela reputação que tinham.

É preferível se reportar, através do pensamento, as fases de um passado bucólico e poético, onde tudo era, ou parecia ser, bem melhor.

Fica combinado, assim.