Pelé, o Deus de todos os estádios, não morreu.
Deve estar encantado por aí, executando as jogadas com as quais conquistou o reinado na arte de jogar futebol.
Para nossa glória, nasceu no Brasil, lugar "onde o sucesso é um insulto pessoal", segundo Tom Jobim.
Foi tramado, nove meses antes de nascer, por Seu Dondinho e Dona Celeste em Três Corações, Minas Gerais.
O casal, depois de usar a fórmula única de parir um rei, jogou-a fora.
Tostão, que atuou com o rei na melhor Seleção Brasileira de todos os tempos, declarou: "A perfeição não é humana. Pelé é uma exceção."
"Rei da cabeça aos pés" foi como se sentiu, ainda menino, na observação profética de Nelson Rodrigues.
Sim, porque a bola foi uma extensão biológica do corpo de Pelé.
Esse rei vai continuar jogando um futebol divino na lembrança dos seus súditos em todo Mundo.
Mesmo o futebol ocupando grande parte da minha vida, nunca ousei desenvolver uma teoria para explicar a genialidade do maior jogador de todos os tempos.
Isso, sempre julguei, "é tarefa reservada para os luminares do pensamento".
Mais apropriado, me parece, é ficar com a afirmação do neurocientista Miguel Nicolelis: "Não me venham com Messi e Maradona. Como Pelé não houve, não há e jamais existirá."