Mudança de treinadores incomoda

O futebol brasileiro é o que mais demite treinador no mundo. Consegue, sem muito esforço, esse tipo de “padrão”.

Em uma entrevistada no programa A Grande Jogada, da TV Diário, indaguei ao presidente do Ceará, Robinson de Castro, o que lhe causava, hoje, maior incômodo: jogadores contratados que não corresponderam ou a constante mudança de técnicos à frente do alvinegro?

“O que incomoda mais é a troca de treinadores”, respondeu o presidente do Ceará que, desde a saída de Lisca, nunca mais teve sossego.

Ainda bem, sabe-se que os distratos de treinadores, por aqui, não atingem volumes capazes de quebrar as finanças dos nossos times.

O mesmo não se pode dizer com relação aos grandes clubes, entre os quais o São Paulo serve como maior exemplo.

Teve tempo em que o tricolor paulista pagava ao treinador da hora e sustentava, com polpudas somas, mais dois técnicos, que recebiam ordenados por indenizações.

Não se trata de um caso único. Outros agem da mesma forma, como se essa gastança fizesse parte do jogo.

Basta enfatizar uma providência tomada para contratação de Fernando Diniz, após seguidas rescisões contratuais com treinadores. Seu acordo é regido pela CLT, que não prevê um tempo determinado de vínculo, sem a necessidade de multa rescisória negociada.

Mas, pergunta-se: quem mais concordaria com esse “combinado”? Por que isso tem que continuar no futebol brasileiro?

Achamos uma ocorrência não justificada, apenas pela natural pressão da torcida, numa cultura imediatista, que despreza o longo prazo de um trabalho.

Tenho me repetido numa receita, que nos remete à força poderosa da continuidade, caso específico do Fortaleza, de Rogério Ceni.

Não é o mesmo que acontece ao Ceará, cujo trabalho de montar uma equipe é constantemente fragmentado pela troca de comando técnico.
 



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