Futebol, gols e emoção, no domingo à noite

Foto: Bruno Oliveira /FortalezaEC

Por achar que o futebol metaforiza a existência, estou cada vez mais convencido de uma coisa: quem se protege demais não vai longe na vida.

Diante do São Paulo, no primeiro tempo, o Fortaleza ficou na toca, como a sugerir até uma isca visível ao time paulista, para surpreendê-lo no contra-ataque.

A equipe de Fernando Diniz ignorou a oferta, acossou o adversário cearense no seu campo e abriu a sessão da noite, mais cedo, com um belo gol de Brenner.

Cadenciou as ações até a intermediária do Fortaleza e, a partir dali, acelerou as jogadas, obtendo, no entanto, três finalizações fora do alvo.

Sara, Luciano, Brenner, Igor e, até mesmo o zagueiro Bruno Alves flutuaram, com insistência, na faixa defensiva adversária

O tricolor, longe de conseguir isso, embora com o plano de espetar Tinga, pela direita, David, pela esquerda, entrando na diagonal, e Romarinho, no funil.

Depois dessa reclusão, Rogério Ceni entendeu de acabar com o chafurdo do seu ex-time, no segundo tempo, e tirou Ronald do meio-campo, escalando Yuri no ataque.

Mais do que isso, mudou de ideia e mandou o time se divertir no terreno adversário, ferrando três chances de enterrar o São Paulo: contra-ataque puxado por Yuri, que Gabriel Dias finalizou, chute de David e uma bela finalização de Felipe, que Volpi defendeu, também.

Desta feita, quem procurou se proteger, frente ao maior volume de jogo do Fortaleza, foi um São Paulo, bafejado pela sorte, ao marcar o segundo gol, através de Brenner.

Em outras modificações do Fortaleza, Marlon, Osvaldo e Wellington Paulista ainda procuraram dar as suas contribuições ao belo esforço de reação do Leão do Pici.

Para que o placar falasse realmente sobre o jogo, David diminuiu e Roger Carvalho, de cabeça, empatou, aos 48 minutos.

Foi uma mistura de rock, twist e hully gully, num espetáculo frenético, que ainda ofereceu uma canja, com belas cobranças de penalidades.

A cobrança-passaporte para o São Paulo continuar na Copa do Brasil coube a um Léo, que carrega no seu registro artísticio o nome de Pelé.

O que Fortaleza e São Paulo proporcionaram nos dois confrontos pela competição da CBF foi um efêmero resgate do futebol na sua essência, com dez gols assinalados, bom futebol e emoção em profusão.