A pedido do amigo Luiz Carlos de Lima, exalto o intenso brilho de dois times tricolores.
Ambos, sem receitas milionárias, vão defender o futebol brasileiro nas divisões sul-americanas" - Libertadores e Sula.
O tricolor de aço, "time da garotada", por inspiração de José Raimundo Costa, cresce em torcida e prestígio além fronteiras.
O apelo estético "daquelas camisas", segundo Blanchard Girão, aguça a sensibilidade do jovem que começa a gostar de futebol.
Esse manto, de faixas horizontais, com seu efeito de atração, é vestido orgulhosamente até em dias sem jogos.
De Eduardo Girão a Marcelo Paz, com a direção segura de Rogério Ceni e Juan Pablo Vojvoda, em diferentes períodos, o Fortaleza tem encharcado de felicidade e emoção sua grande torcida.
"Daqui a duzentos anos não se verá um Fortaleza como esse. Quem não o viu, não viveu". Exagera o exaltado torcedor.
Já levou um milhão de pessoas para vê-lo jogar no Castelão.
Pela primeira vez, um time do Nordeste vai decidir a Sul-Americana. E esse time é o tricolor do Pici.
A outra agremiação tricolor de sucesso é o Fluminense, de Fernando Diniz, atual treinador da seleção brasileira.
Foi com esse técnico que a equipe "pó de arroz" voltou a jogar um futebol bonito e envolvente.
O Fluminense é, como se sabe, uma paixão literária e futebolistíca. Uma extensão da obra literária de Nelson Rodrigues, com seus grandes personagens, como o Sobrenatural de Almeida, o Gravatinha e o Profeta.
"Grandes são outros, o Fluminense é enorme", "Flamengo tem mais torcida, o Fluminense tem mais gente", vociferava o maior frasista brasileiro.
O Fluminense vai decidir a Libertadores com o Boca Juniores.
Dois tricolores: um cearense e o outro carioca. Emergiram de posições difíceis, não esconderam suas cicatrizes para mostrá-las como provas de grandeza.
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