Estádios cenográficos

Nos perguntamos como o futebol deve voltar às suas atividades, depois dessa pandemia devastadora.

Deve voltar com a cara de poucos amigos, embora seja um ambiente onde predomina a alegria.

Essa pandemia criou problemas físicos, psicológicos e financeiros transformados em pandemônio.

Pior de tudo: a OMS declarou que não é possível prever quando e se o novo coronavírus vai desaparecer.

No campo da preparação, apesar de todos os esforços de treinadores e preparadores físicos, as condições ideais para os jogadores estarão bem longe do ideal.

Para mitigar essa incompletude, a FIFA anunciou que as equipes poderão fazer até cinco substituições por partida, como medida temporária a preservar a dinâmica de jogo.

E lembrar que as leis do jogo não permitiam, tempos atrás, modificação alguma. Os times tinham que terminar os jogos com o mesmo número de jogadores que iniciavam as partidas.

Na Copa do Mundo dos EUA, em 1994, se tinha duas substituições de jogadores de linha e uma terceira para o goleiro.

Mas, o que sugere o título dessa crônica é uma coisa inusitada que, no entanto, faz parte de uma previsão do Sr. Eduardo Viana, presidente da Federação Carioca de Futebol há uns 30 anos.

Disse ele, que em função das dificuldades postas para o povão frequentar o futebol, teríamos, no futuro, estádios cenográficos, com número reduzido de torcedores aboletados em poltronas. Uma alegoria de público nas arquibancadas para compor o cenário.

Pois não é que, nessa direção, o Botafogo de Ribeirão Preto anunciou que os torcedores poderão comprar totens, com o seu rosto, para marcar presença nas arquibancadas do Estádio Santa Cruz, em jogos da Série B do campeonato paulista.

Como os jogos serão de portões fechados, o Botafogo está vendendo esses manequins a preços que variam de R$ 30,00 a R$ 90,00.

Público de mentirinha, aguardando uma acústica, com som de estádio, que está a caminho como nova bossa.

E a coisa está virando febre. Era o que faltava.



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