Bola da infância

Veja coluna de Wilton Bezerra nesta terça-feira (4)

Escrito por
Wilton Bezerra wilton.bezerra@svm.com.br
(Atualizado às 17:49)
Legenda: Bola de meia, à principio e, depois, uma feita de borracha que doía pra caramba nas "carimbadas"
Foto: Reprodução

Não gostava de estudar. Via cinema com entusiasmo e curiosidade. Ouvia rádio, o dia todo.

Mas, a coisa mais importante na minha infância e adolescência na cidade do Crato era o futebol. Sem concorrentes à altura.

Desde os "rachas" no estreito corredor da nossa casa, na rua Teophisto Abath.

O problema da falta de espaço nos fazia vítima de empurrões e esfregões junto às paredes. Parecia mais luta corporal do que futebol.

Bola de meia, à principio e, depois, uma feita de borracha que doía pra caramba nas "carimbadas".

A seguir, vieram as peladas em campinhos reduzidos, na base do cinco contra cinco. Aí, a bola podia até ser uma número 5 velha.

Tempo em que os meninos tinham como destino a rua e a bola. Isso, depois de cumpridos os chatos deveres de casa.

Retornávamos às nossas residencias imundos, da cabeça aos pés, e éramos recebidos com o grito da mãe: "vai tomar banho, menino !"

Como disse Romário, o mais importante é que "bricávamos a sério". Muitas vezes, o pau cantava e as coisas não eram tão pacíficas.

Depois das "disputas', a meninada se reunia à noite nos bancos da estação da RFFSA ou nas imediações do Bar Social, do Seu Chiquinho.

E aí, não precisa dizer que as discussões fantasiosas se estendiam até a hora de dormir.

Velhos tempos, belos dias da nossa infância com o futebol.

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