A volta do futebol no Ceará

É perfeitamente compreensível o terror que se apodera das pessoas numa crise como a desta pandemia, que assola o mundo.

As promessas de cura, as vacinas anunciadas, os balanços de mortos, infectados e curados, e as panaceias contra o vírus abundam nos noticiários.

Para ampliar o cenário de angústia, somos colocados à prova de paciência por uma epidemia de lives, receita ideológicas e o desgraçado oportunismo político.

Vai que, quem governa, precisa ter controle absoluto de suas emoções e responsabilidades ao tomar medidas que o momento exige.

Quero com esse preâmbulo, chegar ao futebol cearense, que terá retomada de suas atividades marcada para a primeira semana de junho.

O futebol, como outros segmentos, foi duramente castigado, ecomicamente, e se encontra num momento de flerte com o caos financeiro.

Nossos principais clubes Iniciam o mês de junho com apenas 25% das receitas e, apesar de uma sucessão de cortes salariais e outras medidas de contenção, se não colocar o carrosel da economia para funcionar, a vaca irá para o brejo com o berro, bezerro e tudo.

Imaginem, os times menores. Afinal, as agremiações não “emitem” moeda. Não têm mais onde buscar recursos.

Para os que costumam diminuir a importância do futebol, é bom lembrar que a sua existência impacta no PIB, e na relação das prioridades é inadmissível a sua secundarização.

A operação do Governo do Estado do Ceará para a retomada econômica é ato pensado e articulado, a tempo de evitar conseqüências dramáticas para uma região sediada no Saara brasileiro.

Não se trata portanto, de nenhuma “operação Tabajara” a por em risco a saúde da população, tampouco de um pacto de morte, no caso do futebol, como imaginam mentes doentias.

É evidente que, em certos Estados, há um apressamento para retorno do futebol em condições desfavoráveis, o que gera comparações descabidas.

Nesse retorno programado, Ceará e Fortaleza, naturalmente, levarão maiores vantagens por contar com estruturas que os pequenos não possuem.

O maior problema deve residir na liberação de jogadores feita por Guarany de Sobral e Barbalha.

Este último, presidido por Lúcio Barão, afastado da função pelo STJD, tem a mania de desmontar o time antes do tempo.

Mas, há de se dar um jeito, desde que a Federação Cearense de Futebol faça chegar, com o seu protocolo, medidas de apoio às equipes do Guarany, Barbalha, Caucaia, Pacajus e Atlético.

Ou alguém, muito distraído, pensou que seria tudo fácil nesses tempos de pandemia?

Movido pela fome de bola, que não é só minha, abraço o pragmatismo, com a seguinte previsão: treinos físicos até a metade de junho. A partir daí, contacto com a bola e a redonda rolando em cinco jogos no Castelão, nos primeiros dias de julho, pelo campeonato estadual.

Nunca é demais repetir o poeta Carpinejar: "A bola parada é um touro pastando. A bola rolando é um touro com fome".

Então, mãos e pés às obras.