Por força das transferências de posto do meu pai, funcionário da RFFSA, desembarquei no Cariri, via Crato, em 1957.
Já menino grande, passei rápido por Iguatu e regressei em 1966 ao Verde Vale, para morar em Juazeiro do Norte.
Foi a oportunidade maior de manter contato mais direto com esse microcosmo mítico encravado no semiárido brasileiro.
Com a sombra protetora de um santo do povo, o Padre Cícero, essa cidade junta religiosidade, criatividade artística dos seus artesãos, a poesia de seus repentistas e grande pujança comercial.
Lugar de reduzida geografia e muita história.
Digo sempre que, se o grande Darcy Ribeiro vivo fosse, definiria Juazeiro com uma Roma tardia.
Nenhuma outra cidade a supera em termos de nordestinidade.
A "Meca do Cariri" tem atravessado um período de progresso e modernização com a instalação dos centros universitários e das faculdades públicas e privadas, dando suporte de conhecimento e robustecendo a massa crítica da região.
Foi nesse lugar de fé, oração e trabalho que demos maior consistência ao nosso trabalho de comunicador, para garantir o pão de cada dia e o teto de todas as noites.
Mesmo com 600 quilômetros a nos separar, jamais perdi o Juazeiro de vista.
Cidade do meu bem querer, vai viver sempre dentro de mim.