Nova pesquisa Ibope deve acirrar embate entre Luizianne e Sarto na reta final da campanha

Embora as duas candidaturas se coloquem num espectro progressista mais alinhado à esquerda, a troca de artilharia pesada tem sido a tônica da disputa

Legenda: Na primeira pesquisa Ibope/TV Verdes Mares, Luizianne Lins apareceu em segundo lugar; Sarto Nogueira, em terceiro
Foto: Thiago Gadelha

A 12 dias do primeiro turno das eleições municipais, Luizianne Lins (PT) e Sarto Nogueira (PDT), em muitos momentos da campanha, têm protagonizado uma disputa à parte. Isso fica claro no bate-rebate das declarações públicas, na propaganda em rádio e televisão e, também, em frequentes embates judiciais. Não é à toa. Com a candidata petista em segundo lugar na primeira pesquisa Ibope/TV Verdes Mares e o postulante pedetista em terceiro, os dois brigam para estar no segundo turno.  

A segunda rodada do levantamento de intenção de voto, a ser divulgada na noite desta terça-feira (3), no CETV 2, da TV Verdes Mares, deve mostrar quais estratégias foram mais eficazes no intervalo de 20 dias entre uma pesquisa e outra – e, por que não, ser um termômetro importante para nortear as investidas finais do pleito. 

Na pré-campanha, até chegou-se a cogitar uma possibilidade, mesmo remota, de aliança entre os dois partidos – era o que queria, aliás, o governador Camilo Santana (PT). Com o início da disputa eleitoral, porém, a distância se impôs. Embora as duas candidaturas se coloquem num espectro progressista mais alinhado à esquerda (ou centro-esquerda, no caso do PDT), a troca de artilharia pesada tem sido a tônica do embate.

Um dos exemplos mais recentes foi a inserção de Sarto que citava Luizianne como a “pior prefeita do Brasil”. Ela conseguiu direito de resposta na Justiça Eleitoral e voltou a falar do assunto nesta terça-feira, rebatendo a ofensiva do adversário: “falta proposta e sobra ataque”, disse ao PontoPoder.

A campanha do PT, que não mirou o pedetista no início, mudou de rumo. O recado foi dado pelo deputado federal José Guimarães, um dos coordenadores da campanha de Luizianne Lins, nas redes sociais: “vamos para cima sem poupar ninguém”, escreveu, nos últimos dias. 

Dos dois lados, cada passo, a esta altura, é questão de sobrevivência. Sobreviver, entretanto, pode ser garantia de chegar ao segundo turno. Lá, quando a campanha tende a ser outra, os ônus do enfrentamento político baseado na propaganda negativa podem pesar. Aparentemente, ambos estão dispostos a pagar para ver. Os novos números do Ibope, portanto, certamente devem acirrar a reta final do pleito.