Sudene recebe projetos de R$ 22 bilhões para o Ceará; energia e data centers dominam

Artarquia, porém, não deverá ter recursos suficientes para suprir a demanda e fará um pente-fino nos projetos

Escrito por
Victor Ximenes producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 13:31)
Legenda: Entre os projetos considerados prioritários, a Ferrovia Transnordestina ocupa posição central na estratégia da Sudene.
Foto: Divulgação

O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, reforçou, em entrevista à Rádio Verdinha FM 92.5, informou que a Chamada Nordeste — iniciativa para seleção de projetos estruturantes — recebeu R$ 22 bilhões em propostas de investimentos para o Ceará, de um total de R$ 128 bilhões do Nordeste.

Segundo Alexandre, a prioridade imediata da Sudene é concluir até novembro a avaliação de aderência desses projetos aos critérios estratégicos definidos pela autarquia.

A ideia é sinalizar às instituições financeiras — como BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Finep — que a demanda regional é significativamente maior que a oferta atual de recursos, que gira em torno de R$ 10 bilhões.

“Os R$ 10 bilhões representam muito pouco. É preciso ampliar esse volume porque cada real investido gera emprego e desenvolvimento”, afirmou o superintendente.

Transnordestina

Entre os projetos considerados prioritários, a Ferrovia Transnordestina ocupa posição central na estratégia da Sudene.

“A Transnordestina é a maior obra estruturante do atual governo. Ela vai viabilizar o escoamento de minério, gesso e produtos agrícolas do interior para os principais portos do Nordeste, reduzindo custos logísticos e promovendo crescimento regional”, explicou Francisco Alexandre.

O trecho entre Eliseu Martins (PI) e Iguaçu já está pronto, embora o início da operação tenha sido adiado por entraves de licenciamento ambiental. A meta é concluir o eixo até o Pecém até o fim de 2027.

Hidrogênio verde, data centers e cabos submarinos

Além das obras de infraestrutura logística, o superintendente destacou o protagonismo do Ceará na nova economia baseada em energia limpa e tecnologia. O estado lidera projetos nas áreas de hidrogênio verde, data centers sustentáveis e infraestrutura digital com cabos submarinos de internet.

Essa nova fronteira econômica se apoia no potencial energético da região. Atualmente, o Nordeste concentra 93% da capacidade eólica do país e 100% da geração fotovoltaica, mas enfrenta gargalos na transmissão de energia. O governo federal já iniciou licitações para novos projetos de linhas de transmissão em 2025.

“Temos os principais ativos para atrair essa nova indústria: disponibilidade energética e projetos robustos. Precisamos agora adensar as cadeias produtivas e garantir que a riqueza gerada permaneça na região”, defendeu Alexandre.

Assuntos Relacionados