Mega data center do Pecém consumirá menos água que um lava jato, diz operador do projeto

Empreendimento terá R$ 55 bilhões em investimentos apenas na primeira fase.

Escrito por
Victor Ximenes producaodiario@svm.com.br
Legenda: Data Centers devem aumentar demanda por energia em todo o mundo para até 15% em 2030, afirma Brasscom
Foto: Divulgação

Já envolto em discussões ambientais por conta de sua magnitude, o mega data center do Pecém, que absorverá pelo menos R$ 55 bilhões em investimentos privados, terá um consumo hídrico "baixíssimo". A afirmação é de Rodrigo Abreu, CEO da Omnia, empresa que vai desenvolver, construir e operar o empreendimento.

"Para se ter ideia, o consumo de água vai ser menor que o de um lava jato de médio porte. Vai ser o equivalente a 70 residências comuns. O consumo que teremos será o normal de um grande prédio com pessoas trabalhando", detalha Abreu, em entrevista a esta Coluna.

O baixo consumo, segundo o empresário, se dá por conta do sistema de refrigeração em ciclo fechado. Em torno de 10% do consumo total de água do empreendimento serão utilizados para refrigeração, uma taxa baixa em comparação com outros equipamentos do segmento.

Investidores

O megaprojeto, que será o maior da América do Sul, com 200 MW de capacidade, terá Omnia e Casa dos Ventos como parceiras e a dona do TikTok, ByteDance, como cliente principal. Será o primeiro data center do País voltado a exportação, com foco em grandes empresas globais, em um cenário de manda crescente por soluções de cloud e Inteligência Artificial.

Quem vai investir quanto?

  • ByteDance: R$ 40 bilhões
  • Omnia: R$ 11 bilhões
  • Casa dos Ventos: R$ 4 bilhões

Empregos previstos

Ainda conforme o executivo, a previsão é de serem gerados 3.800 mil empregos durante a obra e 400 permanentes na operação. 

O volume de vagas na construção é elevado, mas, para um investimento dessa monta - que será um dos maiores da história do Ceará - o número de vagas fixas é relativamente baixo. Para efeitos comparativos, a siderúrgica da ArcelorMittal no Pecém gera o quíntuplo disso, com 2,5 mil empregados, sem contar as vagas impactadas indiretamente.

Abreu defende que serão abertas oportunidades de alto valor agregado em áreas ligadas à tecnologia. "Cada emprego no setor de data centers gera outros 6 indiretos", diz.

Os investidores projetam o início das obras ainda para este ano, mas o projeto precisa ter o licenciamento liberado.

Uma nova etapa foi superada nesta semana com a anuência do projeto pelo CZPE (Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação), órgão deliberativo vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Tal autorização é mandatória para o avanço do empreendimento, uma vez que ele será erguido em uma ZPE.