Ceará e estado alemão assinam protocolo com foco em hidrogênio verde

Escrito por
Victor Ximenes producaodiario@svm.com.br
Legenda: Acordo Ceará-Alemanha foi firmado em evento na sede da Fiec
Foto: Victor Ximenes

O Governo do Ceará e a Fiec assinaram protocolos de intenções com a Renânia do Norte-Vestfália (RNW), estado da Alemanha, com foco em cooperação mútua nas áreas de energias renováveis, inovação industrial, logística, qualificação profissional e sustentabilidade.

As assinaturas, com representantes das partes, incluindo a vice-governadora Jade Romero e o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, foram celebradas na manhã desta quarta-feira (8), em Fortaleza, durante o H2 Latam Summit, evento que contou com delegações da Alemanha, Holanda, Chile e outros países interessados em negócios nessa indústria energética.

Parceria

A Renânia do Norte-Vestfália é o estado mais populoso da Alemanha, sendo responsável por uma parcela significativa da indústria daquele País.

Para Ricardo Cavalcante, "trata-se de um novo parceiro estratégico do Ceará'. Segundo ele, a assinatura simboliza o fortalecimento das “pontes de cooperação” entre América Latina e Europa no campo da transição energética.

“O Ceará está preparado para ser protagonista mundial da transição energética”, afirmou Cavalcante, ao destacar o papel do Porto do Pecém e a formação de um Corredor Verde Transatlântico que liga o Nordeste ao coração industrial da Europa por meio de parcerias com os portos de Roterdã (Holanda) e Duisburg (Alemanha).

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Perspectiva alemã: Brasil como parceiro estratégico

O vice-embaixador da Alemanha no Brasil, Wolfgang Bindseil, reforçou o posicionamento do Brasil como parceiro estratégico para a transição energética global, e destacou o papel do país como sede de abundantes recursos renováveis e capacidades técnicas. Para ele, o hidrogênio verde adiciona uma nova dimensão à parceria bilateral, com impacto direto na descarbonização da indústria alemã e na geração de empregos sustentáveis em ambos os países.

“O mercado de hidrogênio de baixo carbono avança mais lentamente do que o esperado, mas a Alemanha e a União Europeia estão atuando para garantir competitividade de custos”, afirmou Bindseil. Ele destacou ainda que empresas alemãs como Siemens Energy, Linde, Thyssenkrupp e Bosch já investem em projetos no Brasil, em parceria com iniciativas como o H2 Brazil e o H2 UPPP, financiadas pelo governo alemão.

Capacitação e marcos concretos

Ricardo Cavalcante também enfatizou os resultados já alcançados no Ceará. Desde março de 2024, o primeiro laboratório de hidrogênio verde do Nordeste, operado pelo SENAI com apoio da GIZ (agência de cooperação alemã), já formou mais de 1.500 profissionais. Além disso, sete empresas nacionais e estrangeiras estão atualmente em fase de pré-contrato na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém.

A carta de intenções firmada com a Renânia do Norte-Vestfália visa acelerar a implementação de projetos concretos e fortalecer o ambiente de negócios. “É hora de continuar acreditando, investindo e inovando, mas, sobretudo, construindo juntos o futuro energético que o planeta precisa”, concluiu Cavalcante.

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