Namorando ou não, declare amor a si mesmo

Legenda: Imagem: shutterstock

O Dia dos Namorados no Brasil é comemorado no dia 12 de junho, diferentemente de outros países como EUA e na Europa que celebram no dia 14 de fevereiro.

Eu sabia desse desencontro de calendário, mas nunca tinha tido a curiosidade de saber mais detalhes sobre o porquê da comemoração, bem como sobre as diferentes datas.

Segundo um artigo da BBC NEWS, publicado em 11 de junho de 2020, a origem da comemoração vem do século V na Itália. O Imperador Cláudio II baniu os casamentos por acreditar que os homens casados eram piores soldados que os solteiros.

Um padre de Roma, chamado Valentim, não concordou com essa decisão, por defender que o casamento era plano de Deus. Desta forma, passou a quebrar a lei e celebrar as cerimônias em segredo.

O Imperador descobriu e o condenou a pena de morte no ano 270 d.C. Durante o período que ficou preso, Valentim se apaixonou pela filha de um carcereiro. No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma carta de amor à moça assinando “do seu Valentim”.

Dois séculos depois, o papa Gelásio instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como símbolo dos namorados.

Já aqui no Brasil, os motivos não foram românticos nem espirituais, e sim comerciais. Em 1948, a loja Exposição Clliper, contratou o publicitário João Dória, pai do Governador de São Paulo, João Dória Jr, para incrementar as vendas em junho. Justamente o mês de maior desaquecimento das vendas. Escolheu o dia 12 por ser véspera da celebração de Santo Antônio, famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro. Foi o maior sucesso, logo expandindo-se para todo o país.

Depois desse passeio pela história, vamos a algumas reflexões.

Mesmo com tantas mudanças de hábitos e comportamentos, próprios da sociedade contemporânea, o Dia dos Namorados ainda mexe com a maioria das pessoas, quer seja pelo comercial(presentes) ou pelo afetivo.

Quem está acompanhado, refletirá acerca do relacionamento. Se o(a) companheiro(a) expressará amorosidade como no início do namoro ou não, se lembrará de dar um presente, ou um cartão, se tornará aquele dia especial, declarando ou renovando o amor que sente pelo outro(a).

No dia seguinte, poderemos ter muitos casais felizes e renovados pela comemoração da véspera. Como também poderemos ter muitos casais tristes, frustrados, decepcionados com as expectativas não realizadas, mostrando uma realidade que insiste em não querer ver e cuidar.

Já os solteiros podem se sentir infelizes, sentindo falta de alguém especial para compartilhar sua vida, para conversar ou simplesmente estar em silêncio dividindo o momento e o espaço.

Cabe aqui lembrar daqueles que estão com alguém, vão comemorar a data, até haverá troca de presentes, mas sem presença de qualidade, de sintonia, sentem-se sós e infelizes.

Como também aqueles que não estão com alguém, mas enamorados de si mesmos, estão bem e felizes.

Então, cabe um lembrete, antes de esperar ou cobrar declarações (presentes, cartas ou gestos) de amor de alguém, pergunte-se se esse outro(a) vê claramente que você se ama. Pois, se você não declara amor a si, a mensagem que está passando será: como eu não me amo, não precisa, eu não mereço receber declarações do seu amor. Estando só ou acompanhado(a), sua felicidade não pode estar baseada no outro(a), e sim no seu enamoramento constante consigo mesmo. Por isso, ao seu modo, comemore, celebre o seu Dia dos Namorados!

Paz e bem!

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.