Vojvoda: uma voz no deserto

Leia a coluna do Tom Barros

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Legenda: Vojvoda, técnico do Fortaleza.
Foto: Thiago Gadelha/SVM

De nada adiantou a bronca do técnico Vojvoda, após a derrota do Fortaleza para o Vitória no Barradão. O treinador foi duro, considerando a necessidade de manter o compromisso até o fim do certame. Em outras palavras: não aceitava qualquer tipo de acomodação. 

O propósito do treinador estava claro: queria o time jogando de forma intensiva, mesmo sabendo da posição assegurada na fase de grupos da Copa Libertadores. Nada de relaxar como se a missão estivesse concluída. Para ele, o compromisso é buscar tudo até a última partida. 

Lamentavelmente, não é o que está acontecendo nesta reta final. Deu uma espécie de embotamento não devidamente explicado, nada condizente com a bela campanha que o time vinha fazendo, máxime até quando tinha condições de brigar pelo título de campeão da Série A.  

A dura realidade é que o time deixou de ganhar e, mais que isso, deixou de jogar bom futebol. Passou a atuar como se fosse o time sem responsabilidade. Somente uma vitória sobre o Internacional poderá recompor um pouco a imagem perdida. 

Interminável 

Sem explicação o jejum de gols do artilheiro Lucero. Nem mesmo batendo pênalti ele conseguiu afastar os fantasmas que o atormentam. Os atacantes, em situação assim, costumam entrar em pânico na hora das conclusões. A trave diminui de tamanho e o goleiro cresce.  

Tempo 

Lucero terá mais uma oportunidade para quebrar o jejum, antes do fim do ano. Será contra o Internacional. Momento derradeiro de 2024. Se não assinalar gol, o artilheiro, que tanto contribuiu para importantes vitórias do Leão, fechará o ano com a imagem desgastada demais. São as coisas inexplicáveis do futebol.  

Privilégios 

O Mundial de Clubes virou uma gracinha. Colocam nome diferente (Copa Intercontinental) para disfarçar. O Real Madrid entrará já na final. O Botafogo, para chegar à decisão, terá de ganhar duas partidas. Privilégio do Real arranjado pelos dirigentes europeus. Manda quem pode. E os bobinhos da Conmebol disseram amém. 

Semelhança 

O Mundial de Clubes de 2025, promovido pela FIFA, terá 32 times. Daqui a pouco será semelhante à Copa São Paulo de futebol júnior, que começou pequenininha, mas em janeiro de 2025 já terá 128 participantes. A FIFA bem poderia copiar a “Copinha Paulista”. Passaria a fazer uma Copa do Mundo com 128 clubes. É dinheiro... 

Ganância 

No mundo do futebol o negócio é ampliar o número de participantes, visando a ganhar mais dinheiro. É uma ganância extrema. A Copa do Mundo de 2026 já terá 48 seleções. Vão banalizar a competição. Daqui a pouco perderá a graça. Vejam o desinteresse pelas Eliminatórias. Vale o velho provérbio: tudo demais é veneno.  

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