Vitória de quem acreditou mais

Leia a coluna desta segunda-feira

Legenda: Fluminense jogando contra o Fortaleza
Foto: Matheus Amorim/Fortaleza EC

Numa avaliação isenta, podemos dizer que a produção do Fluminense e do Fortaleza foi muito igual. Houve alternativas, em momentos, ora com o Fluminense mais insinuante e ativo na ofensiva, ora o Fortaleza mais agudo e pressionando o adversário. Aquela supremacia, que se observa em certos jogos, não aconteceu. Na etapa final, quando o jogo passou a ser mais aberto, o Fortaleza poderia ter sido cirúrgico na conclusão de três contra-ataques. Ora Lucero quis resolver sozinho, ora Galhardo sozinho que resolver. A formulação do Leão nesse momento do jogo foi boa, mas pecou exatamente na tarefa de definir.

Quando a disputa vai para os acréscimos, principalmente em velocidade, é preciso muita atenção. E foi exatamente aí que, no meu entendimento, o Fluminense soube ganhar a partida. O gol da vitória foi de quem acreditou mais. Lima teve papel fundamental. Ele foi numa bola que, tudo levava a crer, sairia pela linha de fundo. Os defensores do Leão reagiram tarde. Aí Lima fez a diferença ao dar voltando a bola que resvalou em Pacheco. Diogo Barbosa chegou de frente e concluiu com perfeição. Futebol é assim: às vezes, vence quem acredita mais. Lima e Diogo Barbosa acreditaram.      

Estreia 

O técnico Vagner Mancini, desde que chegou, reconhece as dificuldades que terá para levar o Vozão de volta à Série A. Fez questão de frisar isso várias vezes. Mas também várias vezes deixou claro que, enquanto houver chance, vai lutar para alcançar a classificação. Colocações realistas. Em outras palavras: está complicado, mas o time não desistirá. Que bom! 

Realidade 

Vagner Mancini terá 11 rodadas pela frente. Tempo curto demais para tirar a diferença de seis pontos. O problema é que os adversários também vão pontuando. Teoricamente são seis pontos para alcançar o último do G-4, o Criciúma, que soma 44 pontos, mas isso se o Ceará passasse a ganhar tudo e os concorrentes passassem a perder tudo. Mas não é assim que acontece. 

Juntos 

Não se pode perder de vista também o fato de que outros dois times também estão com 44 pontos: o Juventude e o Guarani de Campinas. Vejam como a situação é complexa. Então fica entendido o seguinte: o Ceará vai buscar os três pontos a cada jogo, indiferente aos resultados dos concorrentes. É fazer a parte que lhe cabe. Se der certo, tudo bem. Se não der, paciência. 

Afirmação 

Chrystian Barletta veio para ganhar as graças da torcida. Seu desempenho tem sido convincente desde a estreia. Além de assinalar gols, sua participação no trabalho coletivo tem sido muito boa. Há jogadores que respondem de imediato. O processo de adaptação é automático. Há jogadores que demoram um pouco mais.  

Expectativa 

É possível que o meia Guilherme Castilho, agora sob o comando de Vagner Mancini, mostre o futebol que a torcida do Ceará espera dele. Diferente de Barletta, Castilho não tem conseguido desenvolver o futebol que o credenciou, quando o Vozão resolveu contratá-lo. Não raro, uma simples mudança de esquema permite ao atleta encontrar sua melhor condição.



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