Vão acabar com a Copa do Mundo

Leia a coluna de Tom Barros

Escrito por
Tom Barros jogada@svm.com.br
Legenda: Neymar, Raphinha e Paquetá como titulares do Brasil durante a Copa do Mundo de 2022.
Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Há um ditado que diz: tudo demais é veneno. Verdade pura. Até remédio demais é veneno. A diferença está na dose. Pois a FIFA, com o seu projeto de ampliação da Copa do Mundo, vai acabar dando com os burros n’água. Geralmente, quando há o aumento no número de participantes, a qualidade cai. 

Em 2022, na Copa do Catar, houve a participação de 32 seleções. Em 2026, serão 48 seleções. Na Copa passada, houve jogos de péssima qualidade. Alguns jogos tão ruins que nem teriam calendário na Série B do Campeonato Brasileiro. Estão inchando a competição, trocando qualidade por quantidade. 

Na Copa do Mundo de 2030, possivelmente o número de participantes passará de 48 seleções para 64 seleções. Qualquer semelhança com a Copa do Brasil não é por acaso. A Copa do Brasil é disputada por 92 clubes. Um monstrengo. A FIFA está na esteira da CBF. Quem sabe uma Copa com 92 seleções...

A primeira Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai, teve 13 participantes. Em 1958, quando o Brasil ganhou seu primeiro título, 16 seleções participaram. Agora virou trem da alegria... 

É assim 

A Copa do Mundo de Clubes FIFA, que será disputada de 14 de junho a 13 de julho, terá a participação de 32 times. Há times bons, da elite mundial, mas, não se iludam, lá estarão também equipes mambembes. Times que não terão condições de disputar a Série B do Campeonato Brasileiro.   

Vulgarização 

O amontoado de jogos, alguns com qualidade excelente, outros de péssima qualidade, termina banalizando a competição. Perde a aura, perde a graça. Vira coisa comum. Foi o que aconteceu com a Seleção Brasileira. Há alguns anos, o Brasil parava para vê-la. Agora, não raro, a Canarinho joga e ninguém nem sabe. 

Inversão 

O assunto é tão sério que houve até uma inversão de valores. Antes, a Seleção Brasileira era o foco principal. Hoje, o foco principal é o treinador de fora que veio treinar a Seleção Brasileira. O treinador em primeiro plano. A Seleção Brasileira em segundo plano. Dá para entender?  

Fila 

É por estas e outras que veio o desencanto: a Canarinho na fila desde 2003. Sequência de derrotas. A Alemanha passeou na nossa cara e na nossa casa. A Argentina passeou em Buenos Aires e ganhou a Copa América no Maracanã. Ancelotti estreou ontem. Há muitos desafios. Tomara que dê certo. 

Saudosismo

Bom era o futebol romântico, sem os bilhões de hoje. O futebol das décadas de 1950 e 1960, sem mortes, sem violência. O “Torneio Início” e o Campeonato Cearense. O PV de Gildo, Croinha e Pacoti. O amor mais que o dinheiro. Hoje, muito dinheiro sem amor. Só ganância. Só lucro. E a massa manipulada, aparvalhada...

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