Turbulências dificultam a pacificação alvinegra

Leia a coluna desta quinta-feira

Legenda: Ceará vive momento turbulento.
Foto: Divulgação/Ceará SC

O saudoso médico Eulino Oliveira, ex-presidente do Ceará, dizia que, quando predominava a união em Porangabuçu, o Vozão se tornava imbatível. Em outras palavras: quando havia a conjugação de esforços das diversas correntes alvinegras, o resultado positivo, com vitórias e títulos, logo viria. É bíblico: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá casa por cima de casa” (Lucas, 11,17). É lamentável a divergência interna no Ceará. Se não houver a pacificação, lento será o processo de retomada. No programa “Bom dia, Nordeste”, o comentarista Wilton Bezerra disse que é cedo para formar um juízo sobre o atual elenco alvinegro. Concordo.

Somente quando o Ceará enfrentar adversários mais fortes será possível uma avaliação segura. Agora, diante do primeiro grande time que enfrentou, o Ceará tomou uma goleada. O Ferrão venceu (3 a 0). Também não se pode julgar o time por um clássico. Há, porém, um aspecto válido para todos os clubes: desunião no alto comando tem reflexo negativo no elenco. É o que está acontecendo. E tem mais: enfrentar os times médios do certame estadual é uma coisa. Outra, bem diferente, será enfrentar os competidores da Série B nacional. 

Recordação 

Ontem passei na esquina da Rua Clarindo de Queiroz com a Rua General Sampaio. Ali está o prédio onde funcionou a Rádio Uirapuru de Fortaleza na década de 1960. Ingressei lá em 1965. O prédio tem o formato de um aparelho rádio antigo. Pelo menos na parte externa, está do mesmo jeito da época em que lá trabalhei há 58 anos. Está precisando de uma pintura.  

Nomes 

Saudosista, como sou, parei diante do prédio. Tive vontade de entrar, mas não tive coragem de pedir para dar uma olhada. Preferi passear pelas lembranças que guardei. Dos profissionais da época, com quem trabalhei ali em 1965, três estão na ativa: Cid Carvalho, Júlio Sales e Heraldo Menezes. O tempo voa meus amigos. Eu tinha 17 anos. 

Concurso 

Na época, Gilvan Dias apresentava a “Tarde Esportiva Uirapuru”. Houve um concurso para locutor. Fui lá, imitei Pedro Luís e Edson Leite, notáveis narradores da Copa de 1958. Ganhei a vaga. Fui contratado pouco tempo depois. Gilvan tinha sido goleiro do Gentilândia, do Ceará e do Ferroviário. Após encerrar a carreira, passou a ser repórter. E, depois, passou a ser técnico de futebol. 

Rápida passagem 

Em 1963, o meu saudoso vizinho, Jubemar Aguiar, levou-me para visitar a Rádio Dragão do Mar, onde ele trabalhava. Numa outra visita à Dragão, também levado pelo Jubemar, cantei a música Favela no programa do Carvalho Nogueira. Milton Alves me acompanhou ao violão. Sou eternamente grato ao Jubemar. Ele abriu as portas do rádio para mim. 

Profissional 

Em 1965, fui contratado pela Rádio Uirapuru. Afrânio Peixoto era o diretor. Recebeu-me com muita atenção. Guardo dele as melhores recordações. Afrânio foi o melhor comentarista de futebol do Estado na década de 1950. Ele foi também diretor da TV Cidade (antes TV Uirapuru). Afrânio, um ser humano notável, pleno de sentimentos bons. Saudade muita.



Assuntos Relacionados