Quando do velório do saudoso Roberto Dinamite, o ex-jogador Zico deu várias entrevistas. Zico é o maior ídolo do Flamengo. Lembrou que, quando ele e Robertos jogaram juntos na Seleção Brasileira, não perderam um jogo sequer. Esse dado é muito importante: juntos, jamais perderam um jogo, defendo a Canarinho. Sempre argumentei que a dupla titular do ataque do Brasil em três Copas deveria ter sido Zico e Roberto Dinamite. Mas os treinadores da época eram sábios demais. Preferiram outras opções. E perderam. O primeiro foi Cláudio Coutinho. No jogo mais importante da Copa de 1978, diante da Argentina, ele entrou com Dinamite, mas deixou Zico no banco. E só fez entrar Zico aos 22 minutos do segundo tempo. Um absurdo. Pior fez Telê Santana. Na Copa de 1982, na Espanha, nem no banco de reservas levou Dinamite. Bancou Serginho Chulapa, que perdeu gols exatamente no jogo contra a Itália, que eliminou o Brasil. Pagou caro. Não aprendeu a lição. Em 1986, na Copa do México, novamente desconheceu o valor do Dinamite. Nem o convocou. Roberto estava em grande fase no Vasco ao lado de Romário. Mas o sábio Telê mais uma vez preferiu outras opções. Novamente voltou para casa mais cedo, eliminado pela França.
Avaliação
Não concordo jamais com os que, quando o assunto é treinador da Seleção Brasileira, incensam Telê. Ele não ganhou nada com a Canarinho, mesmo tendo a seu dispor uma geração de craques como Falcão, Zico, Sócrates, Júnior e Cerezo. Telê foi muito bem no São Paulo, onde ganhou muitos títulos, inclusive um título mundial. Na Seleção Brasileira não ganhou nada. Como é o melhor?
Campeão
Zico lembrou bem: quando atuou ao lado de Dinamite, não perdeu um jogo sequer pela Canarinho. E foi ao lado de Roberto que, em 1976, ambos ganharam o título de campeão do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, com vitória sobre a Inglaterra (1 x 0, gol de Roberto) e sobre a Itália na final (4 x 1, gols de Roberto, Zico e Gil -2). O técnico foi Oswaldo Brandão.
Outros títulos
Roberto e Zico, juntos na Canarinho, foram campeões da Taça do Atlântico (1976), Copa Roca (1976), Copa Rio Branco (1976), Taça Oswaldo Cruz (1976) e Torneio Bicentenário dos Estados Unidos (1976). Isso prova que a dupla era a ideal para vencer as Copas do Mundo. Mas Cláudio Coutinho e Telê (principalmente Telê que comandou o Brasil em duas Copas) pensaram diferente. E perderam.
Donos da verdade
O Brasil teve grande prejuízo com treinadores donos da verdade. Telê preteriu Dinamite, o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro de todos o tempo (190 gols) e maior artilheiro do Campeonato Carioca de todos os tempos (284 gols). Na opinião de Telê, não servia para Copa do Mundo. O Brasil, com Telê, foi eliminado nas quartas de final nas duas Copas...
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