Os recentes acontecimentos em Porangabuçu têm mostrado o quanto há de turbulências no ambiente interno do clube. O rebaixamento para a segunda divisão do futebol brasileiro expôs feridas que estavam encobertas pelo curativo da permanência na Série A. As vitórias têm o poder mágico de esconder defeitos; as derrotas têm o poder diabólico de revelar as discórdias. Verdades e mentiras sobre a situação do Ceará invadiram as redes sociais. Mas as redes sociais nem sempre traduzem a realidade dos fatos. Traduzem a verdade de cada interesse, de cada grupo, ora da situação, ora da oposição.
Disputa assim, quando praticada no campo rasteiro das mágoas e dos ressentimentos, pode provocar estragos irreparáveis. Time desunido na cúpula corre sérios riscos de resultados maus em campo. É natural que chegue ao elenco a conduta pouco recomendável do setor diretivo. Em casos assim, os jogadores se sentem inseguros. É péssimo. Azeda a confiança, compromete o desempenho e, geralmente, acumula insucessos. A transparência é a via mais adequada para superar os ranços.
Brigas
É inconcebível torcidas organizadas do mesmo time entrarem em conflito. Quando isso acontece, há algo errado por debaixo dos panos. É inexplicável. As desavenças entre torcidas do mesmo time são motivadas por interesses políticos ou financeiros. Aí, o interesse maior, que deveria ser o compromisso com o destino do time, deixa de ser bandeira.
Eleição
Outro fato que demonstrou o quanto a temperatura subiu em Porangabuçu foi a decisão judicial que suspendeu as eleições para o conselho deliberativo do clube. Aqueceu ainda mais o que já estava pegando fogo. Enquanto isso, o tempo corre rapidamente. Janeiro está aí. Campeonato Cearense às portas. E depois Copa do Nordeste.
Timoneiro
Que falta faz o saudoso médico Eulino Oliveira, ex-presidente do Ceará. Muitas vezes, uma palavra de ordem dita por ele serenava os ânimos. O Ceará vinha navegando nas águas calmas da Série A. Agora, nas águas revoltas da Série B, precisará de um timoneiro que saiba contornar, com cuidado e competência, as adversidades em questão. Para fazer confusão já tem gente demais.
Temores
O Ceará está sendo cotado como um dos favoritos na luta por uma vaga no G-4 da Série B de 2023. Portanto, subiria para a Série A em 2024. Mas é bom não esquecer que, da última vez em que esteve na segunda divisão nacional, o Vozão passou seis anos penando, como quem estava condenado ao purgatório. Permaneceu de 2012 a 2017 na Série B. Foi horrível.
Automobilismo
Nesta sexta-feira e amanhã, sábado, no Autódromo Virgílio Távora, no Eusébio, a última etapa do Campeonato Cearense de Automobilismo. Ano marcado por notáveis competições nas categorias Marcas, Protótipos, provas de Drift (esporte de exibição) e de Arrancadas. Parabéns ao presidente da Federação Cearense de Automobilismo, Lutiane Dantas, pelo ótimo trabalho à frente da entidade.
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