Série B não é a profundeza do inferno
Leia a Coluna desta sexta-feira (21)
Volto das férias. No período, acompanhei os dramas e oscilações dos que se apegam às últimas esperanças, visando a não cair para a segunda divisão nacional. Acompanhei também a Seleção Brasileira que, de um jogo para outro, empolga e frusta.
Síntese: basicamente pouco coisa mudou. E, para alguns clubes, não mudou nada. Quem não acumulou pontos sofre na reta final. Aí quer buscar pontos onde não tem e deixa passar os pontos que poderia ganhar. Assim, a realidade vai chegando para cada um, de acordo com o que plantou e com o que colheu.
Não quero consolar os que estão pendurados. Nada disso. Mas devo dizer que a Série B não é a desgraça que pintam. Na Série B não há choros nem ranger de dentes. Nem será ali o “Armagedom”, ou seja, a tragédia final. Quando muito, a Série B pode ser entendida como um purgatório.
É verdade que não há como comparar a qualidade da Série B com a qualidade da Série A. São competições separadas pelos valores financeiros e pelo produto das equipes. Mas repito: a Sério B não é a profundeza do inferno.
Passagem
Dos chamados grandes times do futebol brasileiro, apenas Flamengo e São Paulo não caíram para a Série B. Todos os demais experimentaram a desagradável descida: Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio e Internacional.
Retomada
Geralmente, quando um grande clube cai, sua passagem pela Série B é efêmera. A maioria retorna à Série A logo no ano seguinte. Mas há exceções: alguns precisaram de dois ou três anos para subir. Vasco da Gama e Cruzeiro andaram sofrendo horrores na segundona nacional.
Dois anos
O Ceará foi rebaixado para a Série B em 2022. Passou 2023 e 2024 na segundona nacional. Foi difícil. Só conseguiu voltar à Série A de 2025 na última rodada da Série B de 2024. Passou sufoco e ficou a depender de terceiros. Mas deu certo. O retorno à Série A está se tornando cada vez mais difícil.
Segundona
O futebol cearense passou muitos e muitos anos acomodado na Série B. Há alguns anos, ouvi diretores afirmando que o nosso futebol, pelas condições financeiras, está mais para a Série B do que para a Série A. De certo modo, entendi as colocações. Mas não custa nada ousar.
Ousadia
Foi pensando alto que Fortaleza e Ceará fizeram voos mais altos. O Fortaleza chegou à Copa Libertadores e à Sula. O Ceará chegou à Sula. Então, não há como voltar à acomodação de antigamente. A Série B para o futebol cearense terá de ser fase passageira. O lugar de Ceará e Fortaleza é a Série A.