Seleção Canarinho em busca da esperança perdida

Leia a Coluna desta sexta-feira (10)

Escrito por
Tom Barros tom.barros@svm.com.br
Legenda: A Seleção Brasileira está classificada para a Copa do Mundo 2026 e tentará o hexa mesmo não sendo uma das favoritas
Foto: @rafaelribeirorio I CBF

O escritor Nelson Rodrigues, em um momento de grande inspiração, referiu-se à Seleção Brasileira como sendo a pátria de chuteiras. Colocação perfeita, tal a devoção de um povo por seu time. Após a conquista do título mundial, em 1958, na Suécia, o país sempre parava para ver a Canarinho, mesmo em amistosos. 

Os tempos mudaram. Os seguidos fracassos nas Copas do Mundo foram reduzindo o entusiasmo nacional pela Canarinho. O país não para mais para ver seu time em ação. O fascínio de outrora cedeu lugar a decepções acumuladas ao longo dos últimos tempos. 

Pela primeira vez, na história, o Brasil teve de buscar um treinador estrangeiro. É a luta em busca da esperança perdida. Luta que tem um capítulo, hoje, na Coreia do Sul. E depois, dia 14, um outro capítulo diante do Japão em Tóquio. Dois testes com seleções que cresceram nos últimos anos, mas não fazem parte da elite mundial. 

A Seleção Brasileira, a despeito dos insucessos, ainda continua sendo um dos símbolos da pátria. Não um símbolo oficial, mas quase isso, já pelo sentimento que une, que eleva. A meu juízo, continua sendo “a pátria de chuteiras”. 

 

Título 

 

A conquista de um novo título mundial será fundamental para a retomada do entusiasmo do povo brasileiro com relação à Canarinho. Já são 23 anos de jejum. As novas gerações de brasileiros não tiveram a felicidade de ver uma conquista mundial no futebol. Isso é muito ruim.  

 

Outros 

 

As novas gerações cresceram vendo o brilho de Andrea Pirlo, Iniesta, Klose, Mbappé e Messi, respectivamente, nas Copas de 2006 (Itália campeã), 2010 (Espanha campeã), 2014 (Alemanha campeã), 2018 (França campeã) e 2022 (Argentina campeã). As glórias dos outros. O Brasil despachado. 

 

Ídolos 

 

No futebol brasileiro há uma carência de ídolos capazes de, fazendo a diferença, conquistarem um título mundial. O último craque que alcançou a condição de ídolo da Seleção Brasileira foi Neymar. Mas ele não conseguiu fazer o que Mbappé e Messi conseguiram: a consagração com um título mundial. 

 

História 

 

A Seleção Brasileira está sendo alimentada pelas glórias construídas por Pelé, Garrincha, Jairzinho, Romário e Ronaldo Nazário, com os demais companheiros, nas Copas de 1958 (Suécia), 1962 (Chile), 1970 (México), 1994 (Estados Unidos) e 2002 (Coreia/Japão). Depois disso, só decepção. 

 

Cenário 

 

O Brasil está indo buscar na Coreia e no Japão, cenário de seu último título mundial, a inspiração para o hexa em 2026. Missão para Vini Jr, Estevão, Rodrygo e companhia. Se Neymar terá condições em 2026, ninguém sabe. É a pátria de chuteira à espera de novas glórias no esporte mais amado do país.    

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