Roberto Dinamite na galeria dos imortais

Confira a Coluna deste domingo (8)

Legenda: Roberto Dinamite em São Januário durante a inauguração de sua estátua, no dia 28 de abril de 2022
Foto: Daniel Ramalho/ Vasco da Gama

Mais um duro golpe para o futebol brasileiro. Uma saudade a mais pelos estádios do país. Roberto Dinamite partiu. E deixou como legado a sua magistral vocação de artilheiro. Tristeza e luto no time pelo qual fez história: o Clube de Regatas Vasco da Gama. Sobre o jogador, mais que qualquer palavra estão aí os vídeos, livros, revistas, jornais e milhares de artigos com registros de seus notáveis feitos. Por mais de duas décadas, sua imagem e a do Vasco da Gama transformaram-se numa inseparável peça de conquistas nacionais e internacionais. Assim, assumiu a condição de maior ídolo do clube, acima de Ademir Marques de Menezes, o Ademir Queixada, artilheiro da Copa do Mundo de 1950; acima também do goleiro Moacir Barbosa; acima de Hideraldo Luís Bellini, capitão do Vasco e da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958 na Suécia. Roberto é uma lenda que seguirá perpetuamente viva em São Januário. Terá sempre um lugar especial nos corações cruzmaltinos.  Até hoje é dele a marca de maior artilheiro do Campeonato Brasileiro: 190 gols. E também é dele a marca de maior artilheiro do Campeonato Carioca: 279 gols. Obrigado, Dinamite. Seu nome entra para galeria dos imortais. 

 

Injustiçado 

 

Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, Roberto Dinamite sofreu uma das maiores injustiças cometidas contra um artilheiro de alta qualificação. O técnico Telê Santana preferiu Serginho Chulapa. Um erro imperdoável. Resultado: a Seleção Brasileira pagou caro. Voltou para casa mais cedo, vendo Serginho perder gols justamente na derrota para a Itália (3 x 2). 

 

Injustiçado II 

 

Quando da Copa do Mundo de 1986, no México, Roberto Dinamite estava em grande forma no Vasco, atuando ao lado de Romário. Telê Santana resolveu não convocar Dinamite. Resultado: novamente pagou caro pelo equívoco. A Seleção Brasileira voltou para casa mais cedo, eliminada pela França.  

 

Campeão 

 

Em 1976, o Brasil ganhou o torneio Bicentenário dos Estados Unidos. O técnico da Canarinho foi Oswaldo Brandão. Escalou Zico e Roberto Dinamite como titulares. Tinha também Falcão e Rivelino. Na final, o Brasil goleou a Itália (4 x 1), gols de Gil (2), Zico e Dinamite. Ficou o recado. Mas os “sábios” treinadores, que vieram depois de Oswaldo Brandão, não aprenderam a lição. 

 

Erro de Coutinho 

 

Na Copa do Mundo de 1978 na Argentina, o técnico Cláudio Coutinho cometeu um erro imperdoável. No jogo contra a Argentina, entrou com Dinamite, mas deixou Zico no banco. Jorge Mendonça foi escalado como titular. Zico entrou já na reta final da partida. Um absurdo. Zico e Roberto teriam de ser titulares sempre. Empate (0 x 0). Coutinho não aprendeu a lição de Oswaldo Brandão. 

 

Emoção 

 

Nunca esqueci uma atitude simpática do Dinamite. O Hannover, meu filho, tinha 11 anos de idade. Havia feito um álbum com fotos do ídolo. Na porta do ônibus do Vasco, ele pediu para mostrar o álbum ao Roberto, que autorizou a entrada do Hannover. Dinamite ficou admirado com o álbum. Pôs sua assinatura em todas as páginas. O Hannover guarda esse álbum com muito carinho. 

 



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