Respeito às tradições e à história

Leia a Coluna desta sexta-feira (3)

Escrito por
Tom Barros tom.barros@svm.com.br
Legenda: O Vasco tem atuado no Brasileirão com um uniforme alternativo em alguns jogos
Foto: Matheus Lima/Vasco

Sentei-me diante do televisor para ver o jogo Palmeiras x Vasco da Gama. Quando o time vascaíno surgiu com uma camisa amarela, desliguei. Não é o Vasco da Gama. Sou intransigente. E chato. Reconheço. Não aceito a violação à camisa tradicional. O Vasco é o da camisa branca ou preta, com a faixa transversal e a Cruz de Malta. 

No dia seguinte, quando cuidei de saber o resultado do jogo, o Vasco tinha sido goleado pelo Palmeiras. Em outras palavras: amarelou como a cor da camisa. Deu-se mal. Sofreu uma goleada (3 x 0), construída pelo Palmeiras logo no primeiro tempo. Castigo. 

Inventam mil pretextos para alterar a cor e o padrão das camisas dos clubes. É o marketing. O objetivo é vender camisas. Tudo bem. Respeito as novas tendências. É a modernidade que se impõe como uma nova maneira de pensar e de ver a vida. Mas tenho o direito de não aceitar. 

O leitor pode até considerar uma bobagem de minha parte este apego às coisas do passado. As novas gerações são mais desligadas. Mas, para mim, é um grave ultraje mudar as cores dos uniformes tradicionais. Sempre criticarei. 

 

Ofensa 

 

Um dia desses eu vi o Santos, usando uma camisa azul. Li também a justificativa para o uso do tal uniforme. Ridículo. O Santos, para mim, eternamente será o do uniforme todo branco, imortalizado por tantas gerações, máxime a que tinha no ataque Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, bicampeã do mundo em 1961/1962.   

 

Segundo uniforme 

 

O Sport, de Recife, também entrou na onda. Mostrou o segundo uniforme do clube, agora com a camisa amarela. Também não dá. Nada a ver. O Sport é rubro-negro por tradição. Este negócio de segundo uniforme para mudar a cor tradicional do clube não tem fundamento. 

 

Piada 

 

No futebol cearense, aconteceu um fato inusitado. O Gentilândia montou uma equipe forte e ganhou o campeonato cearense de 1956. Durante todo o certame, usou a camisa listrada, com faixas verticais em branco e azul. Mas, na festa de entrega do troféu, surgiu com uma camisa rubro-negra, igual à do Flamengo.  

 

Motivo 

 

Os jogadores do Gentilândia não gostaram. O goleiro do Clube, Pedrinho Simões, reclamou. Motivo da surpresa: um “sábio” dirigente alegou que, usando a camisa rubro-negra, atrairia para o clube a torcida do Flamengo. Resultado: a torcida do Flamengo não aderiu. E o Gentilândia, anos depois, fechou as portas. 

 

Conclusão 

 

Há os que não estão nem aí para as tradições. E aceitam numa boa as mudanças das cores dos uniformes dos times de futebol. Não sou assim. Sempre repudiarei quando diante de mudanças radicais nos uniformes das equipes. Sou tradicionalista. As mudanças, a meu juízo, são ridículas. 

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