Recado aos tricolores e alvinegros: o segundo tempo existe
Leia a Coluna desta terça-feira (8)
No campeonato que adota o modelo de pontos corridos, em jogos de ida e volta, há um consenso: ganhar em casa e empatar fora é um bom caminho para consolidar uma campanha convincente. Tudo bem. É por aí. Assim, pelos dois jogos que fizeram, Ceará e Fortaleza estão indo bem.
O Fortaleza ganhou do Fluminense em casa e empatou com o Mirassol em São Paulo. O Ceará empatou com o Bragantino em São Paulo e ganhou do Grêmio no Castelão. Cada um enfrentou uma equipe grande e uma equipe média. Portanto, nada a reclamar.
Do ponto de vista da produção, a observação é diferente. É preciso examinar o jogo, não apenas pelo resultado, mas pelo desempenho nas duas fases. É na parte derradeira que está o problema. Por pura coincidência, em São Paulo, Ceará e Fortaleza sofreram o empate aos 47 minutos da etapa final.
Ambos não estão rendendo no segundo tempo. Aceitam a proposta dos adversários. Ficam atrás. Assumem todos os riscos. Como consequência, acabam deixando fugir vitórias certas. Não está correto.
Equívoco
Tudo bem, uma vitória sobre o Grêmio é para ser comemorada. Ótimo. Mas fica a lição. Recuou demais no segundo tempo. O Vozão passou sufoco. Correu riscos desnecessários. Por pouco não sofreu o gol de empate. A transição alvinegra foi precária. Só funcionou no último minuto.
Ligação
A intenção do técnico Léo Condé foi compreensível: atrair o Grêmio e armar o bote no contra-ataque. Acontece que a ligação sumiu. Isso não pode acontecer. Ainda bem que, no último minuto, o goleiro Volpi resolveu ser centroavante. Pagou caro: Matheus Araújo matou o jogo (2 x 0).
Castigo
Diante do Mirassol, em São Paulo, o Fortaleza também sumiu no segundo tempo. Desapareceu a ligação. É muito difícil uma equipe, por melhor que seja a sua defesa, suportar pressão de uma fase. Geralmente sofre pelo menos um gol. Foi o que aconteceu. O Leão deixou ir embora uma vitória certa.
Preocupação
Há nítida queda de rendimento, tanto do Ceará quanto do Fortaleza, no segundo tempo de suas partidas. Algo que chama a atenção de todos. E notem bem: o campeonato está na segunda rodada. Faltam 36 jogos. Uma légua tirana que exigirá condição física para noventa minutos e acréscimos.
Lembrete
Atenção alvinegros e tricolores: o segundo tempo existe. Não é possível o sistema defensivo ficar aparvalhado na reta final das disputas. Ceará e Fortaleza cochilaram juntos: o Vozão aos 47 do segundo tempo em Bragança Paulista; o Leão aos 47 do segundo tempo na cidade de Mirassol. Acorda, moçada! O segundo tempo existe.