Quando dois destinos divergem

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Foto: Thiago Gadelha/SVM

O futebol é feito de gols, lances geniais, arte, pernas de pau, lambanças, craques, de tudo um pouco. Ou muito. Uma gangorra, onde um time ora está no topo, ora está embaixo. É assim que funciona. A glória e a desventura. A vitória e a derrota. O herói e o vilão. Os rivais. Não sei a razão por que lembrei agora da música “Quando dois destinos divergem”, composta pelo cearense Lauro Maia, imortalizada pela voz de Orlando Silva na década de 1940. Foi um sucesso nacional. Talvez eu tenha lembrado da música, já pelos divergentes destinos do Fortaleza e do Ceará na competição nacional.

Há alguns anos, o Fortaleza penava na Série C, enquanto o Ceará tranquilo estava na Série B e depois na Série A. E o Leão nas agonias de oito anos de transtornos. Até correu risco de cair para a Série D, sendo salvo pelo gongo. Hoje, a situação mudou. Quem está no alto é o Fortaleza. O Leão permanece na Série A e, mais uma vez, com chances de alcançar uma vaga na Libertadores. Já o Ceará, seu maior rival, perdeu tudo na atual temporada. Um rosário interminável de insucessos e fracassos, culminando com a queda para a segunda divisão do futebol brasileiro. Assim é o futebol...   

Ciclo fechou 

A história de Vina no Ceará registrou uma relação de amor e ódio. Momentos de glória, como em 2020, quando ele teve participação excelente, sendo inclusive eleito para a seleção da Série A. Fez a diferença. No ano seguinte, já não brilhou tanto. Experimentou momentos ruins, inclusive perdendo a condição de titular. Em 2022, foi mal. Chegou a ter vários atritos com a torcida. Fim do ciclo. 

Técnico 

O assunto Vojvoda me parece bem parecido com o experimentado pelo Fortaleza, quando da saída de Rogério Ceni. Havia a impressão de que sem Ceni o Fortaleza desmoronaria. O Leão ficaria órfão, se Ceni fosse embora. E realmente, num primeiro momento, foi difícil. Contrataram Zé Ricardo, que acabou não dando certo. Aí o Ceni voltou. 

Foi embora 

Sim, mas Ceni não seria eterno no clube. Aí o Flamengo o levou. Após demorada pesquisa no mercado, Marcelo Paz descobriu Juan Pablo Vojvoda. Guardadas as devidas proporções, virou um novo Ceni. E foi mais além no plano internacional porque chegou à Libertadores. Agora, se Vojvoda for embora, quem ocupará o comando tricolor? Marcelo Paz deve ter a alternativa. 

Ambiente 

A situação de Robinson de Castro ficou insustentável no Ceará. O ambiente deteriorou-se de vez após o rebaixamento do clube. Robinson viu o time caindo e não foi capaz de encontrar a solução para estancar a descida alvinegra. A decisão de trazer Lucho González, um auxiliar de treinador, foi terrível. Robinson sofreu um apagão. Não entendi mesmo.  



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